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Especialista dá 3 dicas para evitar a demissão silenciosa

Esse tipo de atitude não é bom para a liderança e nem para os colaboradores, alerta psicólogo

10 out 2022 - 03h00
Foto: Adobe Stock

A “quiet quitting”, demissão silenciosa em inglês, se refere àqueles profissionais que realizam somente as tarefas propostas para sua função, ou seja, nunca além da obrigação. Recentemente, esse comportamento, que se tornou comum na geração Z, viralizou no TikTok e gerou debate nas redes sociais.

De acordo com Wanderley Cintra Jr., psicólogo especializado em comportamento no trabalho, este fenômeno está atrelado à questão do bem-estar profissional.

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“A pandemia alterou profundamente a dinâmica corporativa. O home-office se tornou definitivo e muitos profissionais esticaram sua jornada por temer uma demissão. A juventude começou a trabalhar nesse contexto, em que a necessidade de criar uma relação saudável com o trabalho nunca esteve tão escancarada”, afirma.

50% dos trabalhadores se sentem esgotados

O relatório Employee Stress Check 2022, divulgado pela organização Talkspace, afirma que 1 em cada 2 trabalhadores sentem que estão esgotados. Ainda sobre o mesmo levantamento, 57% das pessoas priorizariam o atual emprego se oferecesse mais serviços de saúde mental.

“Em diversas ocasiões, o quiet quitting tem menos a ver com a falta de disposição de um colaborador e mais com um ambiente de trabalho tóxico e uma gestão que não estimula a equipe a se engajar em suas atividades”, comenta.

Isso se relaciona com um estudo realizado pela consultoria de desenvolvimento de liderança Zenger/Folkman. O material mostrou que gestores avaliados como menos eficazes têm de três a quatro vezes mais colaboradores que se enquadram no termo “quiet quitting”, enquanto aqueles capazes de equilibrar os resultados com o bem-estar da equipe viram 62% de seus liderados dispostos a se dedicar mais ao trabalho.

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O quiet quitting não é bom para ninguém. Nem para a liderança, que diminui seu rendimento, nem para os colaboradores, que perdem oportunidades de crescimento pessoal e dentro da equipe”, pontua.

Para Wanderley, é papel do gestor conquistar a confiança de seus colaboradores, para que eles se sintam confortáveis em vestir a camisa da empresa.

Confira 3 dicas sobre como a gestão de uma empresa pode trabalhar para construir um ambiente de trabalho saudável:

1. Prepare sua liderança

Um levantamento de 2022, feito pela consultoria Michael Page, afirma que oito em cada dez profissionais apontam o líder como principal motivo para uma demissão.

“Líderes inspiradores cativam seus colaboradores e levam a equipe a potencializar seus resultados. Invista em treinamentos robustos e em uma relação transparente entre todas as partes, fomentando um ambiente em que todos se sintam confortáveis para se abrir e expor seus incômodos, evitando intrigas internas”, diz.

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2. Estimule a comunicação

Comunicação insatisfatória é uma das maiores reclamações do movimento quiet quitting. Para que se forme um vínculo aberto e franco dentro de uma equipe, fomentar a cultura de feedback é o principal caminho.

Em vez de uma bronca, a intenção do feedback é transmitir uma mensagem construtiva para melhorar o comportamento e desempenho de uma equipe. “É sobre auxiliar o seu colaborador, a partir de uma visão de fora, a encontrar seu caminho, e incentivar que a equipe exercite esse comportamento entre si”, aponta.

“O feedback pode vir tanto a partir de um tom corretivo, quanto através de um reforço positivo. É importante que, se a equipe realizar uma tarefa com primor, não haja omissão”, reitera.

3. Incentive cuidados com a saúde mental

Além do cuidado entre os colaboradores, o autocuidado é fundamental. Um dos maiores gatilhos para o quiet quitting é a exaustão física e mental causada pelo trabalho. Para Cintra Jr., entretanto, o trabalho pode e deve ser uma atividade realizadora.

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“É possível promover ações relacionadas à saúde mental, como palestras com especialistas ou mesmo descontos em sessões de terapia. É necessário que a empresa não só auxilie os colaboradores a criarem uma relação mais saudável com seu trabalho, mas também demonstrar que se importa e que está disposta a ajudar”, complementa.

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