RIO - Visivelmente abatido, com os olhos cheios de lágrimas, Jean Paul Prates deixou nesta quarta-feira, 15, a sede da Petrobras no Rio de Janeiro, onde foi aplaudido por empregados da empresa e amigos do setor na porta do prédio da companhia, no Centro do Rio.
"Estou triste, mas saio tranquilo pelo trabalho que fiz", afirmou o executivo, que foi demitido pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na terça-feira, 14.
Questionado por jornalistas na portaria principal do prédio, Prates deu uma alfinetada no presidente ao falar que deixa a "Petrobras encaminhada, com preço abrasileirado, como Lula queria". Também perguntado se poderia deixar o Partido dos Trabalhadores (PT), Prates disse apenas que ainda iria "avaliar".
O ex-senador deixou de concorrer nas eleições de 2022 para assumir o cargo. O destino do agora também executivo ainda não está definido.
Segundo Prates, durante sua gestão de um ano e quatro meses, o clima na empresa melhorou, depois da ameaça de privatização da gestão anterior, que havia deixado a categoria sem previsão de futuro.
"Cuidamos das pessoas e acabamos com aquela atmosfera ruim", disse ele, enumerando algumas das conquistas da sua gestão, como a mudança na política de combustíveis e na distribuição de dividendos.
"A gente deixa uma empresa muito bem encaminhada, os empregados estão gostando de trabalhar novamente, deixamos a transição energética encaminhada, coprocessamento nas refinarias, impulso na indústria naval, e principalmente a política de preços que o presidente (Lula) queria", reforçou o executivo, ressaltando que tudo isso foi feito sem desvalorizar a companhia.
Durante a gestão de Prates a Petrobras teve uma valorização de mercado de mais de 100%.