A produção de etanol de milho no Brasil só é viável quando os preços da saca do cereal estão entre 16 e 24 reais, intervalo considerado como o ponto de equilíbrio ("break-even") para a fabricação do biocombustível, disse nesta terça-feira o consultor Ericson Marino, da Ericson Marino Consultoria.
"Com base em vários estudos, várias fontes, sabemos hoje que o custo do milho para produção de etanol precisa estar entre 16 e 24 reais para viabilizar o processo", disse durante palestra na 24ª Reunião da Canaplan, em Ribeirão Preto (SP).
"A garantia do fornecimento de milho depende da capacidade de armazenagem das usinas e a fixação de preços na BM&F", acrescentou Marino.
Atualmente, Mato Grosso é o único Estado que fabrica etanol a partir do milho, já que é o maior produtor nacional do grão e, graças a isso, tem oferta suficiente para garantir preços mais atrativos às usinas produtoras.
O preço do milho em Mato Grosso está em 14,62 reais/saca, segundo indicador do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea). Já na região de Campinas (SP) a cotação do produto está em torno de 32 reais/saca, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
No total, Mato Grosso conta quatro unidades que fabricam etanol de milho, sendo três "flex", que também usam cana-de-açúcar para se fazer o biocombustível, e uma exclusivamente voltada ao álcool de milho, a FS Bioenergia, inaugurada oficialmente em agosto.
Naquela ocasião, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que a a produção de etanol de milho serviria como um mecanismo para sustentar os preços do cereal.