EUA precisam lidar com dívida, apesar de crescimento robusto, diz FMI

27 jun 2024 - 20h45

O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu nesta quinta-feira aos Estados Unidos que aumentem os impostos para conter o aumento dos níveis de endividamento, ao mesmo tempo em que aplaudiu o crescimento "robusto e dinâmico" da economia norte-americana e o progresso no sentido de colocar a inflação sob controle.

O FMI disse, em um comunicado de encerramento de sua revisão do "Artigo IV" das políticas econômicas dos EUA, que os altos déficits e a dívida "criam um risco crescente para a economia global e dos EUA, potencialmente alimentando custos de financiamento fiscal mais altos e um risco crescente para a rolagem suave das obrigações a vencer".

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O comunicado do FMI revisou ligeiramente para baixo sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto dos EUA em 2024, para 2,6%, em comparação com a previsão de 2,7% do relatório Perspectiva Econômica Global da instituição em abril.

O FMI prevê que o crescimento dos EUA em 2025 cairá para 1,9% -- sem alterações em relação à previsão de abril -- e permanecerá acima de 2% até o final da década.

"A economia dos EUA tem se mostrado robusta, dinâmica e adaptável às mudanças nas condições globais", disse o FMI. "A atividade e o emprego continuam a atender às expectativas... e o processo de desinflação tem sido consideravelmente menos oneroso do que muitos temiam."

O FMI disse que espera que a inflação dos EUA, medida pelo índice PCE, retorne à meta de 2% do Federal Reserve em meados de 2025, consideravelmente mais cedo do que a previsão do próprio Fed de retornar à meta em 2026.

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A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, disse a repórteres que a previsão do Fundo é mais otimista porque a trajetória atual da inflação indica um retorno mais rápido à meta, em parte porque os fortes gastos dos consumidores dos EUA, impulsionados pela riqueza acumulada durante a pandemia da Covid-19, estão diminuindo e o mercado de trabalho está desacelerando.

Mas o FMI repreendeu Washington pelos déficits crescentes que, se continuarem, levarão a relação dívida/PIB dos EUA a um nível preocupante de 140% até o final da década.

Em sua conversa com Georgieva, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, "reiterou a importância de avaliações francas e completas de todas as economias membros do FMI por meio do processo de supervisão anual. Elas discutiram o desempenho notável da economia dos EUA nos últimos anos, incluindo o crescimento econômico e o emprego que continuam a superar as expectativas.

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