Os Estados Unidos dizem manter o apoio à entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas não se pronunciaram até o momento sobre o prazo em que o apoio formal ao processo de entrada do País deve acontecer. A manifestação acontece depois de a agência Bloomberg revelar carta em que o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, se posiciona a favor da entrada da Argentina e da Romênia no grupo, sem citar o apoio ao Brasil.
Um porta-voz da área assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado afirmou que os EUA "continuam a manter a declaração" de 19 de março, quando o presidente Donald Trump "afirmou claramente o apoio ao Brasil para iniciar o processo e se tornar um membro pleno da OCDE".
No mesmo comunicado, o Departamento de Estado diz que os EUA "continuarão a trabalhar com outros membros da OCDE para encontrar um caminho para a expansão da organização". "Apoiamos a expansão da OCDE a um ritmo que considere a necessidade de pressionar reformas de governança e o planejamento da sucessão. Continuaremos a trabalhar com os outros membros da OCDE para encontrar um caminho para a expansão da instituição. Todos os 36 países membros da OCDE devem concordar, por consenso, com o calendário e a ordem dos convites para iniciar o processo de adesão à OCDE", afirmam os EUA.
Apesar de a manifestação em março de apoio dos EUA à entrada do Brasil na OCDE, seguida de outros momentos em que o apoio foi verbalizado por autoridades do governo Trump, os americanos não chegaram a estabelecer publicamente um prazo ou cronograma para que isso aconteça. O governo Trump trava uma queda de braço com o atual secretário-geral da organização, Angel Gurría, e é contrário a um alargamento da instituição, que já fora conhecida como clube dos países ricos. Os americanos tentam balancear as forças dentro da organização frente aos europeus e, por isso, se opõem a uma entrada simultânea de todos os países candidatos.
O governo brasileiro argumenta que não foi pego de surpresa com a carta de Pompeo referendando as indicações de outros países, sem citar o Brasil. A alegação de diplomatas é de que o processo do Brasil é recente e está atrás da fila de outros países com os quais os EUA já tinham se comprometido, e que o processo do Brasil segue. O comprometimento de Trump com a candidatura da Argentina aconteceu em agosto de 2017, com a visita de Maurício Macri - com quem o americano mantém bom relacionamento - à Casa Branca.