Sam Bankman-Fried, ex-rei das criptomoedas acusado de comandar uma das maiores fraudes da história americana, foi condenado nesta quinta-feira, 28, a 25 anos de prisão. Ele é fundador da falida corretora FTX.
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O magnata foi responsabilizado pela Justiça americana por sete crimes, que incluem fraude, conspiração e lavagem de dinheiro. Ele roubou bilhões de dólares em fundos de clientes para fazer apostas arriscadas. As informações são do jornal Financial Times.
Ex-estudante do Instituto de tecnologia de Massachusetts (MIT) que se tornou bilionário antes dos 30 anos, Bankman-Fried conquistou o mercado das criptomoedas com rapidez impressionante, tornando a FTX - uma pequena start-up fundada em 2019 - na segunda maior plataforma de câmbio do mundo.
Em novembro de 2022, porém, a empresa desmoronou ao não conseguir lidar com a quantidade massiva de pedidos de saques por parte de seus clientes, após o pânico gerado pela notícia de que o dinheiro armazenado pela corretora havia sido colocado no fundo de hedge pessoal de Bankman-Fried, o Alameda Research.
Alguns de seus ex-sócios testemunharam no julgamento que Bankman-Fried teve papel central em todas as decisões que resultaram no desaparecimento de 8 bilhões de dólares (R$ 40 bilhões na cotação atual) da plataforma FTX.
Diante do tribunal, Bankman-Fried, que chegou a atingir antes da falência uma fortuna pessoal de 26 bilhões de dólares (R$ 130 bilhões), expressou remorso em um discurso antes de a sentença ser lida. "Eu tomei uma série de decisões ruins. Eu era responsável pela FTX, e seu colapso é culpa minha", afirmou.
Advogados do jovem de 32 anos pediram por uma sentença mais leve, de no máximo seis anos e meio, argumentando que os clientes da FTX poderiam ser ressarcidos no processo de falência. Os promotores, por sua vez, pediram uma sentença de até 50 anos, alegando que Bankman-Fried provavelmente voltaria a cometer crimes se tivesse uma pena menor.
Responsável pela sentença de 25 anos, o juiz Lewis Kaplan disse, segundo o jornal O Globo, que o ex-bilionário agiu "com ambição" e "sem remorso", movido por um desejo de ser politicamente influente, apesar de ter se apresentado como "mocinho" da indústria.