Se você quiser encontrar alguém insatisfeito com sua atual situação financeira, o melhor é procurar entre mulheres que morem no Sudeste, com idade entre 45 e 59 anos, com ensino fundamental e renda mensal até R$ 2,4 mil. É este grupo que concentra as maiores chances de encontrar descontentes, de acordo com o cruzamento dos dados de uma sondagem da Paraná Pesquisas, feita com exclusividade para O Financista.
A consultoria ouviu 2.044 pessoas em 162 cidades no início de abril. No geral, 70% dos entrevistados estão insatisfeitos ou muito insatisfeitos com sua atual situação financeira. O descontentamento, porém, é maior entre as mulheres: 73% delas desaprovam sua situação, ante 67% dos homens.
Quando se considera a idade, as maiores queixas sobre suas finanças concentram-se na faixa dos 45 a 59 anos, com 73,5% de insatisfeitos ou muito insatisfeitos. Já em relação ao nível de escolaridade, o destaque são as pessoas com nível fundamental, com 71,7% de descontentes.
Por uma diferença de apenas 0,3 ponto percentual, os entrevistados com renda entre R$ 1.447 a R$ 2.409 são os mais insatisfeitos, com 73,6% das respostas, ante aqueles que ganham até R$ 1.446, com 73,3%. Já quanto à distribuição geográfica, o Sudeste é onde as finanças pessoais mais desagradam: 75% dos que moram na região partilham dessa opinião.
O perfil daqueles que não estão contentes com o estado de suas finanças é compatível com o de quem reprova a presidente Dilma Rousseff. O último Datafolha, publicado em fevereiro, por exemplo, mostra que 52% das mulheres consideram Dilma ruim ou péssima. Já durante a campanha para a reeleição, em 2014, os marqueteiros da petista enfrentaram o desafio de atrair o voto feminino – maior foco de resistência à sua vitória.