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Família real britânica aumenta renda em R$ 330 milhões devido à energia eólica e visitas aos palácios

Lucros repassados à realeza mais que dobraram em relação ao ano anterior

25 jul 2024 - 09h51
(atualizado às 10h08)
Primeira foto oficial da família real britânica após coroação do rei Charles III e da rainha Camilla
Primeira foto oficial da família real britânica após coroação do rei Charles III e da rainha Camilla
Foto: Divulgação / Palácio de Buckingham

O novo relatório sobre as finanças da família real britânica, divulgado nesta semana, revelou boas notícias para a realeza, que recentemente foi desestabilizada por doenças e lesões. Os lucros da Crown Estate, que cuida das propriedades e imóveis da família real, aumentaram para  £ 1,1 bilhão (R$ 8 bilhões) em relação aos £ 442,6 milhões (cerca de R$ 3,2 bilhões) do ano anterior.

Segundo o relatório anual, o aumento na renda se deu graças ao arrendamento de locais em alto-mar para produtores de energia eólica offshore. O dinheiro é recebido pela família real do governo (chamado subsídio soberano), aumentará para £ 132 milhões (R$ 961 milhões) em 2025-26, em comparação com £ 86,3 milhões (cerca de R$ 628,3 milhões) nos últimos anos. As informações foram divulgadas pelo jornal The New York Times.

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Por séculos, os lucros líquidos da Crown Estate foram pagos ao governo em troca de um pagamento anual fixo para a realeza. Desde 2012, porém, esse pagamento se tornou o subsídio soberano, que é calculado como porcentagem sobre os lucros de propriedade.

Um pedido feito pelo rei Charles III solicitou que o aumento nos lucros obtidos pela energia eólica fossem usados para o “bem público”. Por isso, o governo anterior concordou em reduzir o subsídio soberano para 12% dos lucros líquidos a partir deste ano, em vez de 25%.

Caso o subsídio tivesse continuado em 25%, o rei teria recebido £ 275 milhões em vez de £ 132 milhões, um aumento notável, que poderia ter comprometido a popularidade da família real.

O aumento do lucro teria sido de “curto prazo por natureza”, segundo o CEO da Crown estate, Dan Labbad. No entanto, ele afirma que nos próximos anos a receita e a avaliação irão se normalizar.

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Outro relatório sobre o financiamento da monarquia, publicado pela casa real no mesmo dia, diz que o número de visitas ao Palácio de Buckingham e Castelo de Windsor retornou aos “níveis pré-Covid”, em um ano, até abril de 2024. Isso teria ajudado a aumentar a fonte de renda real para £ 19,8 milhões, o dobro do ano anterior.

Reforma e melhorias

O relatório também descreveu custos com um projeto de obras para reformar o Palácio de Buckingham, além da modernização do Castelo de Windsor. A substituição das bombas e tanques de água em Windsor custou £ 465 mil no ano, somando-se a um total de £ 10,59 milhões até o momento.

O Escritório Nacional de Auditoria do Reino Unido, responsável por controlar os gastos públicos, disse na terça-feira, 23, que a casa real havia administrado bem o projeto de £ 369 milhões para renovar o Palácio de Buckingham, mas acrescentou que alguns projetos haviam excedido. As obras na ala leste do palácio foram concluídas com dois anos de atraso e ficaram 78% acima do custo estimado.

Isso ocorreu devido à pandemia e à inflação, mas também devido a danos estruturais e o encontro de amianto no palácio. Os problemas poderiam ter sido previstos, segundo o órgão de controle.

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Baixas na família real impactaram orçamento

No relatório feito pelo palácio, a contabilidade anual das despesas operacionais detalha como o rei gastou o subsídio soberano e como a família irá atingir seus objetivos por meio dos compromissos reais, caridade e eventos.

Os membros da realeza participaram de 2.300 compromissos no Reino Unido e no exterior. O número é bem menor do que o total do ano anterior à pandemia, quando Elizabeth II e a família conseguiram 3.200 compromissos oficiais.

Nos últimos anos, diminuiu o número de membros da realeza capazes de comparecer a eventos, após o príncipe Harry e sua esposa Meghan se afastarem de suas funções em 2020, e com as mortes do príncipe Phillip e da rainha Elizabeth.

O diagnóstico de câncer do rei Charles e de Kate Middleton fez com que eles se afastassem das aparições públicas, embora o rei continuasse a cumprir seus deveres constitucionais. Após quase três meses, Charles retomou as funções públicas em abril, enquanto Kate apareceu em público pela primeira vez no mês passado, em um desfile cerimonial, em Londres.

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O relatório diz que, após o anúncio sobre o estado de saúde do rei e da princesa, a redução dos compromissos públicos deve continuar, e por consequência, seguir afetando o orçamento, até a recuperação deles.

Até abril, o rei realizou 464 compromissos oficiais. No relatório, consta ainda o número de mensagens que o rei e a princesa receberam por correio desejando-lhes melhoras após seus anúncios de saúde: 27,620.

Outra meta do Palácio de Buckingham é aumentar a diversidade de sua força de trabalho. O palácio disse que 11,4% de seus funcionários eram de minorias étnicas, mas o número ainda está abaixo do objetivo de 14% até 2025. A diferença salarial média entre os gêneros diminuiu de 4,2% para 2,2%, segundo o documento.

Fonte: Redação Terra
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