Analistas do Safra consideraram positiva a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central de adotar um cronograma de transição para incorporar os impactos no capital regulatório relacionados ao novo modelo de provisionamento de instituições financeiras, que entra em vigor em 1º de janeiro.
"A notícia acabou surpreendendo, pois não havia indícios de que o BC adotaria uma postura mais flexível nesta implementação da resolução nº 4.966", afirmaram Daniel Vaz e Maria Luisa Guedes, em relatório a clientes com data de terça-feira.
"Nós enxergamos a notícia como positiva para bancos, especialmente Banco do Brasil, Bradesco e Santander Brasil dentro dos bancos sob nossa cobertura -- e neutra para Itaú Unibanco", acrescentaram os analistas.
"Apesar de a maioria dos bancos ainda não ter divulgado previsões sobre os impactos no capital regulatório da resolução nº 4.966, em 2025 esses impactos agora estarão limitados a 25% da expectativa inicial, o que reduz uma das principais preocupações de curto prazo que têm pesado sobre o setor."
De acordo com a resolução 5.199 publicada na segunda-feira, o ajuste negativo que se espera ao aplicar o capital regulatório das instituições financeiras será gradualmente implementado, reduzido em 75%/50%/25% em 2025/26/27, respectivamente, atingindo o nível máximo apenas em 2028.
A adoção do cronograma, de acordo com o comunicado do BC, está em linha com as recomendações do Comitê de Basileia de Supervisão Bancária (BCBS), que faculta às jurisdições fasear o impacto no capital regulatório advindo do incremento das provisões decorrentes da adoção do IFRS9.
A resolução nº 4.966 trata dos conceitos e os critérios contábeis aplicáveis a instrumentos financeiros, bem como para a designação e o reconhecimento das relações de proteção (contabilidade de hedge) pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BC.