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Fazenda mantém projeção de alta do PIB em 2,5% para 2024

Dados do Boletim Macrofiscal também apontam uma deterioração na visão do governo para a inflação

18 jul 2024 - 16h04
(atualizado às 16h44)
Dados do Boletim Macrofiscal foi divulgado nesta quinta-feira, 18, pela Secretaria de Política Econômica (SPE).
Dados do Boletim Macrofiscal foi divulgado nesta quinta-feira, 18, pela Secretaria de Política Econômica (SPE).
Foto: ANDRÉ DUSEK / ESTADÃO / Estadão

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda manteve em 2,5% sua projeção para o crescimento econômico do Brasil em 2024 e piorou a expectativa para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 de 2,8% para 2,6%, mostrou boletim divulgado nesta quinta-feira, 18.

O documento também apontou uma deterioração na visão do governo para a inflação, com a projeção para o IPCA indo a 3,9% para 2024, ante previsão de 3,7% feita em maio, enquanto o índice para 2025 foi ajustado de 3,2% para 3,3%, mostrando afastamento da meta de 3%.

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"Essa estimativa já leva em consideração os impactos do câmbio mais depreciado e da calamidade no Rio Grande do Sul nos preços, além dos reajustes recentes anunciados para os preços da gasolina e GLP", disse a SPE sobre a projeção de inflação para este ano.

Em relação à atividade, a secretaria informou que revisou para baixo a expectativa de desempenho da agropecuária em 2024, de -1,4% para -2,5%, com redução na estimativa para a safra de soja, milho e trigo, além dos impactos das chuvas no Rio Grande do Sul.

Por outro lado, os números foram revistos para cima no caso da indústria (2,4% para 2,6%) e de serviços (2,7% para 2,8%). A pasta ainda disse acreditar em uma compensação dos efeitos negativos provocados pelas chuvas no Rio Grande do Sul.

"Os impactos negativos das enchentes no Estado devem ser compensados por medidas de suporte às famílias, empresas e aos governos estadual e municipais", disse a SPE no documento.

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Mesmo com a manutenção da estimativa da atividade para o ano, a projeção do governo ainda é mais otimista que a do Banco Central, que previu em junho uma alta de 2,3% no PIB de 2024. O mercado espera um crescimento ainda mais fraco, de 2,11%, segundo o mais recente boletim Focus do BC.

Em 2023, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, impulsionado por uma safra recorde de grãos e forte resultado das indústrias extrativas, com destaque para petróleo e minério de ferro.

A reavaliação das projeções foi marcada por uma mudança de tom do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antes da divulgação dos números. Após ter afirmado na terça-feira que seria "provável" uma revisão para cima da projeção de crescimento, ele afirmou a jornalistas na manhã desta quinta que pediu parcimônia à SPE na reavaliação.

"Estamos recebendo informações e dados que sustentariam uma reprojeção, mas eu pedi cautela para avaliar bem se essa reprojeção deve ser feita e quando deve ser feita, mas os dados da economia estão vindo muito bem e com baixa pressão sobre os preços", disse o ministro.

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As projeções da SPE balizam a programação de receitas e despesas orçamentárias do governo. O novo relatório bimestral de avaliação fiscal, a ser divulgado na segunda-feira, é aguardado com ansiedade por agentes do mercado pela expectativa de que o governo anuncie um bloqueio ou contingenciamento de verbas para respeitar o arcabouço fiscal.

Na divulgação de maio, a equipe econômica projetou que o governo central fechará 2024 com déficit primário de 14,5 bilhões de reais, ainda dentro da margem de tolerância para a meta do ano.

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