O nível de endividamento das famílias na capital paulista subiu em abril, chegando a 51,1% do total, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio). O número é superior aos 48,4% de março, mas menor que os 57,1% de abril do ano passado.
Segundo a assessoria econômica da entidade, a alta na base sequencial deveu-se ao impacto da inflação, sobretudo de alimentos, associado ao menor crescimento da renda. "Para manter o mesmo padrão de consumo, as famílias estariam sendo forçadas a contrair novas dívidas", afirmou a instituição.
Cerca de dois terços das famílias consultadas (66,2%) tinham parcelas a vencer no cartão de crédito, à frente de outras modalidades, como financiamento de veículo (19%, carnê de crediário (15,6%), crédito pessoal, financiamento imobiliário, cheque especial e crédito consignado.
Famílias com renda acima de 10 salários mínimos foram as que, relativamente, mais avançaram em endividamento. De março para abril, a fatia delas com dívida subiu 8 pontos percentuais, a 37,3%. Já nas famílias com ganhos de até dez salários mínimos, a proporção oscilou de 55% para 55,9%. O total de famílias com contas vencidas cresceu de 522,2 mil em março para 532 mil em abril, ou 14,8% do total. Já o número de famílias que afirmaram não ter condições de pagar suas dívidas, total ou parcialmente em 30 dias, caiu no período, para o equivalente a 5% das endividadas.
Em relação ao comprometimento de renda, 40,8% dos entrevistados afirmaram precisar mais de um ano para pagar suas dívidas. Para outros 18,5%, a renda está comprometida com dívidas por três a seis meses; e de seis meses a um ano para 16,1%. O tempo médio de comprometimento de renda das famílias ficou em 7,8 meses, em abril.