O dólar fechou em queda de mais de 1% nesta quarta-feira, anulando todo o avanço desta semana e voltando abaixo de R$ 2,25, após o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, revisar para baixo a previsão de crescimento deste ano.
A divisa dos EUA
A decisão do Fed aliviou temores de que poderia ser adotado um tom menos expansionista diante do resultado acima do esperado dos preços ao consumidor americano, que levou a moeda americana a avançar fortemente na véspera ante o real.
"O comunicado do Fed não foi tão explosivo e trouxe algum alívio. O dólar corrigiu o movimento de ontem, que foi exacerbado porque os negócios estavam um pouco travados", afirmou o economista-chefe da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, referindo-se à duração reduzida do pregão da véspera em função do jogo da seleção brasileira contra o México pela Copa do Mundo.
O banco central americano reduziu a projeção de crescimento econômico para este ano, mas expressou confiança de que a recuperação está em grande parte em andamento, o que permitirá que comece a elevar as taxas de juros em 2015. Juros mais altos nos EUA tenderiam a atrair recursos atualmente aplicados em países como o Brasil.
Apesar da revisão, a chair do Fed, Janet Yellen, adotou um tom otimista na coletiva de imprensa que se seguiu à divulgação do comunicado. "A atividade econômica está se recuperando no atual trimestre e vai continuar a se expandir a um ritmo moderado", afirmou. "A economia vai continuar a progredir na direção de nossos objetivos" de pleno emprego e inflação de 2%.
As notícias levaram o dólar a perder terreno em relação a outras moedas importantes. Contra o peso mexicano
No Brasil, a moeda americana voltou abaixo do nível de R$ 2,25, que havia superado na sessão anterior. Boa parte do mercado acredita que o Banco Central brasileiro não deseja que a moeda americana se sustente acima desse patamar, com medo de impactos sobre a inflação via encarecimento de importados.
Nesta sessão, o BC deu continuidade às rações diárias vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, com volume equivalente a US$ 198,3 milhões. Foram 2,7 mil contratos para 2 de fevereiro e 1,3 mil para 1º de junho de 2015.
Em seguida, vendeu a oferta total de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em julho. Ao todo, já rolou cerca de 57% do lote total, que corresponde a US$ 10,060 bilhões.