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Fed faz novo corte nos EUA; 'Projetamos juros em 3,9% no fim de 2025', diz Powell

Banco central americano corta a taxa de juro em 0,25 ponto porcentual, para a faixa entre 4,25% a 4,50% ao ano, conforme comunicado divulgado nesta tarde de quarta-feira, 18

18 dez 2024 - 16h28
(atualizado às 17h51)

NOVA YORK E SÃO PAULO - O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) cortou a taxa dos Fed Funds (a taxa base de juro nos EUA) em 0,25 ponto porcentual, para a faixa entre 4,25% a 4,50% ao ano, em comunicado divulgado nesta tarde de quarta-feira, 18.

O presidente do Fed, Jerome Powell, comentou que as projeções da instituição apontam para juros de 3,9% no fim de 2025, mas ponderou que essas estimativas não conduzem as decisões de política monetária do FOMC.

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"Essas projeções, no entanto, não são um plano ou a decisão do Comitê, pois, à medida que a economia evolui, a política monetária se ajustará para promover melhor nossas metas de emprego máximo e estabilidade de preços", explicou Powell a jornalistas, nesta tarde.

Entre os 19 dirigentes do Fed presentes na reunião desta quarta-feira, 18, dez acreditam que os juros terminarão 2025 entre 3,75% e 4%, ou seja, 0,50 ponto porcentual abaixo do nível determinado agora.

Outros três dirigentes acreditam que a taxa terminará 2025 entre 3,5% e 3,75%, enquanto apenas dois banqueiros centrais defendem que os juros devem encerrar o próximo ano entre 3,5% e 3%. A mediana das projeções para a taxa em 2025 subiu de 3,4% em setembro para 3,9%.

A mediana das projeções para a taxa dos Fed Funds em 2025 subiu de 3,4% em setembro para 3,9%. Segundo Powell, o aumento está consistente com uma inflação mais resistente nos EUA.

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Expectativa com a inflação

O presidente do Fed disse que estar confiante que a inflação está em uma trajetória de queda nos Estados Unidos, embora em um ritmo mais lento.

Segundo ele, os preços deveriam estar caindo, mas estão "intactos" por diversos motivos como, por exemplo, pressões dos setores de morarias e de serviços. "Ainda estamos nos desfazendo dos grandes choques que a economia teve em 2021 e 2022, por exemplo, em habitação, serviços e agora também em seguros, em particular onde os custos aumentaram, e agora estão sendo refletidos mais tarde no seguro habitacional", explicou o presidente do Fed, a jornalistas, nesta tarde.

Na sua visão, pode levar mais um ou dois anos para inflação alcançar meta de 2%. Os indicadores, conforme ele, não apontam uma inflação "persistentemente alta" nos EUA, apenas uma "queda lenta". "É inflação real, mas não pressagia uma inflação persistentemente alta. Então, nós ainda sentimos que estamos no caminho certo para chegar a 2%, e isso pode levar mais um ou dois anos a partir daqui", projetou Powell.

Ele afirmou ainda que o Fed segue monitorando de perto o mercado de trabalho. De acordo com Powell, a redução acumulada de 100 pontos-base nos juros americanos feita até o momento foi suficiente para apoiar a maior economia do mundo. "Precisamos ver os efeitos que nossas decisões recentes terão sobre a economia", concluiu o banqueiro central.

Powell reafirmou que o Fed segue comprometido em fazer tudo o que for possível para derrubar a inflação americana de volta à meta de 2% ao ano. Quanto ao mercado de trabalho, o presidente do Fed disse que a temperatura do mercado de trabalho no país arrefeceu e que ainda deve desacelerar mais.

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No mês passado, em 7 de novembro, o Fed já havia feito um corte de 0,25 ponto porcentual.

Analistas consultados pelo Estadão/Broadcast esperavam amplamente para a reunião desta quarta-feira, 18, a redução de 0,25 pontos porcentual, mas alertaram que há incerteza sobre decisões futuras do BC americano.

Apostas para a reunião de janeiro

Para a próxima reunião, a do dia 29 de janeiro, o mercado ampliou as apostas para a manutenção dos juros pelo Fed, conforme aponta a plataforma de monitoramento do CME Group.

Por volta das 16h50 (de Brasília), a ferramenta mostrava 88,5% de probabilidade de os juros serem mantidos no nível de 4,25% a 4,50% no próximo mês, ante 79,9% registrado antes da divulgação da decisão monetária desta tarde. Por outro lado, a possibilidade de corte mais brando, de 0,25 ponto porcentual estava em 11,2%, ante 19% antes da publicação.

Na redução acumulada até a reunião de maio, as apostas majoritárias eram de manutenção, a 44,3%, o que representa uma alta ante 30,8% antes da decisão. A projeção de corte de 0,25 ponto porcentual caiu de 47,3% para 43,6%.

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Em relação ao próximo ano, o cenário que tem mais força é de a taxa terminar 2025 na faixa entre 4,00% e 4,25%, com essa hipótese em 35,8%. A chance de uma redução para o nível de 3,75% a 4,00% aparecia logo atrás, em 29,3%. /Com Isabella Pugliese Vellani e Patricia Lara

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