O Federal Reserve (Fed, banco central americano) decidiu nesta quinta-feira (17/06) não alterar a taxa básica de juros, num sinal de preocupação com a estabilidade econômica mundial e com os efeitos que uma eventual mudança traria.
Após dois dias de reunião, a autoridade monetária americana, porém, não descartou a possibilidade de alteração até o final do ano. Há quase uma década a taxa básica de juros dos EUA se mantém praticamente inalterada, e os rumores durante a semana era de que pudesse haver mudança.
"Recentes desenvolvimentos econômicos e financeiros globais podem restringir ligeiramente a atividade econômica e pressionar para baixo a inflação num curto prazo", afirmou o banco central americano em um comunicado.
O Fed disse que os riscos para a economia americana se mantêm equilibrados, mas está "monitorando o desenvolvimento no exterior" e ressaltou que sua política monetária pretende "continuar apoiando o progresso por meio da empregabilidade máxima e da estabilidade de preços".
O objetivo do banco central americano é que a inflação no país fique em torno dos 2% em médio prazo, um nível que considera saudável para a economia. Atualmente ela é de 0,3%.
A taxa é utilizada pelos bancos de um país como indicador-chave do valor dos juros que pagam ao tomar dinheiro emprestado do banco central – e, por sua vez, do dinheiro que emprestam a seus clientes. Disso dependem investimentos e despesas de consumo.
A taxa de juros do Fed, no entanto, é algo especial. Ela é um sinal também para investidores, empresários e banqueiros. Se ela é modificada, também se modificam as regras do jogo da economia mundial.
A decisão desta quinta é um sinal de como a desaceleração econômica da China e a turbulência nos mercados financeiros deixaram as autoridades incertas sobre a economia mundial. Apenas o presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, foi contrário à manutenção dos juros.
Novas projeções mostraram, porém, que 13 das 17 autoridades do Fed ainda preveem alta dos juros ao menos uma vez em 2015, contra 15 na reunião de junho. Quatro autoridades acreditam agora que os juros não devem ser elevados até ao menos 2016, contra dois que viam isso em junho.