O dólar fechou em queda ante o real nesta quarta-feira, mas longe das mínimas da sessão, reduzindo as perdas após o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, demonstrar confiança na recuperação da economia americana.
A moeda dos EUA operou em queda durante toda a sessão, com investidores se desfazendo de apostas de que a reeleição de Dilma Rousseff (PT) impulsionaria ainda mais a divisa americana e à espera da decisão do Fed.
O dólar caiu 0,23% a R$ 2,4684 na venda, mas chegou a cair quase 2% a R$ 2,4250, na mínima do dia. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,6 bilhão (aproximadamente R$ 3,89 bilhões).
O Fed encerrou seu programa de compras mensais de títulos nesta quarta-feira, removendo de seu comunicado de política monetária a caracterização da ociosidade do mercado de trabalho como "significativa".
Investidores entenderam essa decisão como uma demonstração de confiança na recuperação, contrariando expectativas de que o banco central norte-americano poderia reiterar suas preocupações com a economia.
"O comunicado (do Fed) certamente não foi tão expansionista quanto se esperava", afirmou o analista-chefe de mercados do Interactive Brokers, Andrew Wilkinson, ressaltando também a falta de menções do Fed às turbulências recentes nos mercados financeiros globais.
Decisão do FED
A recuperação da economia dos EUA pode abrir espaço para altas dos juros no futuro, possivelmente atraindo para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro.
Por isso, a decisão do Fed levou o dólar a passar a subir contra moedas importantes, como o euro. Além das expectativas sobre o Fed, o movimento de queda do dólar desta sessão também refletiu fatores técnicos.
"Todo mundo estava esperando que o dólar explodisse nesta semana, mas isso não se confirmou. A consequência é que ontem e hoje boa parte dessas apostas está sendo desmontada", disse o economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank, Jankiel Santos.
Impacto de Dilma
Alguns analistas chegaram a afirmar que a reeleição de Dilma Rousseff, criticada por sua política econômica nos mercados financeiros, poderia fazer o dólar saltar a R$ 2,70 reais.
Na segunda-feira, primeiro pregão após o 2º turno das eleições presidenciais, a moeda americana teve a maior alta em quase três anos, mas corrigiu boa parte desse avanço no dia seguinte.
Parte dos especialistas argumenta que o câmbio já havia se ajustado ao resultado eleitoral, após a perspectiva de que a petista poderia vencer a disputa tirar o dólar da casa dos R$ 2,20 para perto de R$ 2,50 de setembro para cá. Ainda assim, a perspectiva é de volatilidade até que exista mais definições sobre a próxima equipe econômica, sobretudo o ministro da Fazenda.
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro vendeu a oferta total de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 2,2 mil contratos para 1º de junho e 1,8 mil para 1º de agosto de 2015, com volume correspondente a US$ 197,7 milhões.
O BC também vendeu a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 93% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões.
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