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FGV: Confiança do consumidor cai ao menor nível desde 2005

Os juros altos, a aceleração da inflação, piora das condições do mercado de trabalho e a falta d'água motivaram a nova queda

25 fev 2015 - 10h43
(atualizado às 11h38)
<p>O índice de Confiança do Consumidor recuou 4,9%, em relação a janeiro deste ano, passando de 89,8 para 85,4 pontos, a segunda queda consecutiva do indicador</p>
O índice de Confiança do Consumidor recuou 4,9%, em relação a janeiro deste ano, passando de 89,8 para 85,4 pontos, a segunda queda consecutiva do indicador
Foto: Nacho Doce / Reuters

A aceleração da inflação, os juros altos e a piora das condições do mercado de trabalho levaram a que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas atingisse novo recorde negativo na série histórica iniciada em setembro de 2005.

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Dados divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Ibre indicam que, em fevereiro, o ICC recuou 4,9%, em relação a janeiro deste ano, passando de 89,8 para 85,4 pontos, a segunda queda consecutiva do indicador. Com o resultado, o ICC ficou 9,3 pontos abaixo do mínimo registrado na crise internacional de 2008-2009, de 94,7 pontos. Entre janeiro e dezembro do ano passado a queda havia sido ainda maior: 6,7%.

Segundo o Ibre, a queda do ICC foi motivada tanto pela piora da situação atual quanto das expectativas. Entre janeiro e fevereiro, o Índice de Situação Atual (ISA) caiu 7%, de 88,5 para 82,3 pontos; enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou 4,2%, ao passar de 90,8 para 87 pontos. Os dois índices também se encontram em níveis mínimos históricos.

Para o especialista em análises econômica do Ibre-FGV, Tabi Thuler Santos, “a combinação de aceleração da inflação, manutenção da tendência de alta dos juros, piores perspectivas para o mercado de trabalho, além do aumento do risco de racionamento hídrico e energético deflagrou uma onda de pessimismo entre os consumidores brasileiros no início de 2015. Essa percepção negativa sobre os rumos da economia deve contribuir para aprofundar a desaceleração do nível de atividade”, avaliou.

As informações do Ibre indicam, ainda, que a maior contribuição negativa para a queda do Índice de Situação Atual veio do indicador que mede o grau de satisfação com a situação econômica atual, que registra o menor patamar da série histórica pelo segundo mês consecutivo.

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“A proporção de consumidores afirmando que a situação da economia está boa caiu de 6%, em janeiro, para 5,8% do total, em fevereiro, enquanto a parcela dos que a consideram ruim aumentou de 61,8% para 71,6% no mesmo período”, diz o documento.

Em relação ao futuro próximo, as expectativas também não são favoráveis. O indicador de otimismo com a situação econômica nos seis meses seguintes caiu de 77,6 para 69,2 pontos, aprofundando o mínimo histórico já atingido em janeiro. A parcela de consumidores prevendo melhora diminuiu de 16,6% para 14,9%. Já o grupo dos que preveem piora aumentou de 39,0% para 45,7% do total.

A edição de fevereiro de 2015 coletou informações de 2091 domicílios entre os dias 31 de Janeiro e 21 de Fevereiro. A próxima divulgação da Sondagem do Consumidor ocorrerá em 25 de março de 2015.

Agência Brasil
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