A adoção de alíquotas mais altas de contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento, uma das proposta do governo no ajuste fiscal, pode provocar demissões em 54% das indústrias, e 40% delas aumentarão seus preços para compensar a elevação dos custos. É o que diz pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) feita com 339 indústrias de transformação.
Segundo o levantamento, 52% das pequenas empresas, 57% das médias e 54% das grandes pretendem demitir, se houver perdas na desoneração. E a maioria das companhias que já analisaram as novas regras deve mudar a forma de calcular e recolher a contribuição previdenciária, passando a usar como base a folha de pagamentos (20% dos salários), em vez da receita bruta (2,5% do faturamento).
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Segundo a pesquisa, 37% das empresas irão reduzir suas margens de lucro, em vez de aumentar preços. As duas opções podem ter efeitos negativos, como a redução das vendas (apontada por 30% das empresas), a redução dos investimentos (29% das empresas), a perda de participação no mercado doméstico (18%) e a redução das exportações (5% das empresas).
A desoneração da folha de pagamento do setor industrial teve impacto positivo no nível de emprego para 60% das empresas pesquisadas. Mesmo nas empresas em que a desoneração da folha não interferiu no emprego houve efeitos positivos, com 44% delas relatando redução dos custos de produção, e 19%, ampliação dos recursos para investimentos. Em 42% das empresas a desoneração também evitou demissões, e em 18% permitiu novas contratações.
A pesquisa mostra que 70% das empresas têm mais de 75% da produção beneficiada pela medida, que foi muito bem aceita pelo setor industrial: 78% das empresas a avaliaram como ótima ou boa.