A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) monitora frequentemente o número de famílias com dívidas em aberto. Em abril deste ano, foi contabilizado que 77,7% das famílias brasileiras estão com contas em aberto e sem perspectivas de quitação. E este número não para de crescer, já que, desde o início da pandemia houve um aumento significativo no número de pessoas endividadas no país.
"Essa porcentagem vem oscilando ao longo dos anos devido à inflação e a crise da Covid-19. As pessoas em maior situação de vulnerabilidade social são as mais afetadas. Segundo dados da Serasa, 62,5 milhões de brasileiros estavam inadimplentes no mês de maio, ou seja, em atraso referente aos vencimentos de suas contas, dentro de cada particularidade. O valor médio da dívida por pessoa é de R$ 3.937,38, o maior dos últimos 12 meses. Cada conta em atraso possui valor médio de R$ 1.162,43.", ressalta Brad Liebmann, executivo de uma fintech focada em levar justiça financeira através de práticas mais justas.
No monitoramento realizado pela CNC, também é possível entender como essas dívidas surgem. A grande maioria acontece por conta do uso do cartão de crédito ou de empréstimos, produtos financeiros que possuem altas taxas. E é justamente por essa falta de clareza, preços justos e de falta de educação financeira que resultam em dívidas.
Mas se você está se organizando para sair do endividamento, fique tranquilo! O executivo separou alguns passos para auxiliar nessa jornada da quitação de pendências financeiras que tiram o sono. Para isso, Brad divide essa meta em duas etapas. Confira:
1.ª etapa: o óbvio funciona
Se você está tentando se organizar financeiramente para sair das dívidas, é comum que perceba que boa parte das pessoas vão sempre falar a mesma coisa. Mas isso acontece porque o óbvio funciona e é extremamente necessário. Veja o que você pode fazer neste primeiro momento para sair do vermelho.
Mapeie seus gastos e priorize o necessário:
Para organizar sua vida financeira, é primordial passar para o papel, planilha ou como for melhor o seu descritivo mensal. Nomeie a conta, insira data de vencimento e valor. Entenda o que é despesa fixa e variável e elimine o que não for prioridade.
Reveja seus hábitos
Neste momento, é muito importante que você entenda para onde está indo o seu dinheiro. Despesas como a energia elétrica e alimentação não podem ser cortadas, embora possam ser reduzidas. Nesse sentido, reúna a família e compartilhe a situação atual, mostre os gastos e o que pode ser feito em conjunto para superar a fase difícil.
Algumas dicas válidas para isso são:
- Banhos podem ser mais rápidos;
- Luzes não precisam ficar acesas em todas as situações;
- A lista de compras no supermercado provavelmente também contém itens dispensáveis;
- Trajetos de poucos quilômetros, como ir à padaria, por exemplo, podem ser feitos andando ou de bicicleta, não é necessário gastar combustível — que está caro — para realizar tal trajeto, além de gastos com reparos nos automóveis;
- Além disso, é primordial eliminar por um tempo os gastos não considerados fundamentais.
Tome cuidado com o cartão de crédito e dívidas parceladas
Tenha cautela com as compras parceladas, mesmo aquelas que não têm juros. Elas criam uma falsa sensação de que estamos gastando pouco, mas você pode ter uma grande surpresa no final do mês.
Vale lembrar também que os juros do cartão de crédito são altíssimos. Para evitar esse tipo de cobrança que pode destruir seu planejamento financeiro, pague sempre o valor integral da fatura do cartão de crédito.
Escolha a conta-corrente ideal para você
Atualmente já existem diversas opções de contas em banco que não possuem taxas. E, algumas delas possuem o plus de fazer com que seu dinheiro fique rendendo mesmo sem fazer nenhuma aplicação. Por isso, também é interessante avaliar uma opção que faça sentido para o seu bolso, tudo bem?
2.ª etapa: organizando a vida financeira
Além de sair das dívidas, é necessário que você tenha metas para economizar dinheiro e manter suas contas sempre no azul. Neste caso, o executivo também faz mais quatro recomendações que podem manter você afastado do endividamento.
Negocie suas dívidas
Se você está em atraso, tente todas as formas possíveis de negociação, especialmente para as dívidas que estão acumuladas há alguns anos. Atualmente, existem opções com juros mais baixos e melhores condições de parcelas que cabem em seu orçamento.
Tome cuidado com investimentos
Após pagar suas despesas, não utilize as sobras para investimentos de risco ou com remuneração abaixo dos juros da dívida. Se a dívida tem 10% e você tem a opção de aplicar em algo que te paga 9% sem risco, é aconselhado utilizar o dinheiro para pagar a dívida e não investir. Afinal, sua dívida cresceria mais rápido do que o investimento.
Encontre uma fonte de renda extra
O brasileiro é muito criativo, e há diversos espaços em diferentes segmentos para novos negócios. Pesquise, converse com amigos e familiares, entenda as possibilidades que possam te levar a ter uma fonte de renda extra.
Mas tome cuidado, é necessário que essa segunda fonte seja um lucro a mais e não te leve ainda mais dinheiro. A regra básica para um orçamento saudável é que a soma das suas receitas precisa ser sempre maior do que a soma dos seus gastos.
Crie uma reserva de emergência
Essencial em momentos de imprevisto, a reserva de emergência é justamente aquele dinheiro que pode te manter em casos extremos como a perda de emprego, problemas de saúde ou outras necessidades que surjam ao longo da vida. Para isso, Brad recomenda que o ideal é juntar um pouco por mês até conseguir o suficiente para pagar todas as suas despesas por pelo menos seis meses.
Quem está devendo pode sofrer uma série de consequências, como a negativação do nome e o protesto em cartório. Pior do que isso, a dívida pode até mesmo causar a perda do bem, no caso de financiamentos ou empréstimos com garantia de imóvel ou veículo. Isso sem contar no estresse emocional que o endividamento provoca.
Por fim, o executivo também deixa algumas informações importantes para manter um bom controle financeiro. "Se você está com alguma dívida que não conseguiu pagar, entre em contato com a empresa e proponha uma renegociação do débito. Lembre-se de que quanto antes você sair dessa situação, mais tranquilo vai ficar, tanto em relação às suas finanças quanto à vida pessoal", conclui o profissional.
Fonte: Brad Liebmann, fundador e CEO da fintech brasileira alt.bank.