Você sabia que a maioria dos casais não se preocupa em fazer um planejamento financeiro em conjunto? Pois é! E boa parte deles nem fala sobre finanças. Por outro lado, de acordo com levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e Banco Central revelou que 46% dos casais costumam brigar por questões ligadas a dinheiro.
Além disso, os gastos que ultrapassam o que a condição financeira do casal suporta estão entre os principais motivos para essas desavenças. Por isso, Rebeca Toyama, que é especialista em bem-estar financeiro, defende a importância de que esse seja um assunto rotineiro entre casais.
De acordo com a profissional, outras pesquisas revelam também que os conflitos relacionados ao dinheiro ocorrem com mais intensidade no início do casamento e no que antecede a aposentadoria, portanto, alerta que é necessário ser conversado sobre o tema desde o começo do namoro para evitar estresse e ainda entender quais são os planos e desejos um do outro. Tudo isso porque cada pessoa possui uma forma própria de lidar com as contas no dia a dia.
"Importante chamar a atenção para que sempre no início de qualquer relação é necessário fazer acordos de temas relevantes como finanças. Então, o casal deve conversar sobre finanças para entender como planejar um futuro seguro juntos. Portanto, é muito mais fácil fazer acordos em momentos de paz banhados por amorosidade, do que esperar chegar os conflitos para pensar como resolver as situações", comenta.
Conversas sobre finanças: antes tarde do que mais tarde
Os desacordos — principalmente os financeiros — são fortes preditores para o divórcio. Ou seja, para não chegar a este ponto, é muito importante que os casais tenham a oportunidade de conversar sobre o tema, mesmo depois de muito tempo de casado.
"É importante não só negociar e dialogar, mas também fazer o acompanhamento e as renegociações ao longo do caminho, pois a vida vai mudando, os filhos vão chegando, os salários aumentando e a carreira vai ficando mais estável. Portanto, nunca é tarde para começar e sempre que necessário, voltar a conversar", revela Toyama.
As crenças, os ensinamentos e os distúrbios financeiros que adquirimos ao longo da vida, também estão ligados ao hábito de poupar e conversar sobre finanças. Porém, por muitas vezes é esquecido e esse é um fator determinante que limita as pessoas a cuidarem de seu bem-estar financeiro.
"Trazemos muitas influências em nossa bagagem, uma vez que a formação de uma pessoa foi influenciada pelas crenças de sua família, experiências vividas, ambiente no qual vive e sua própria visão de mundo. Por isso, a forma como a pessoa se relaciona com o tema e com o dinheiro também está relacionado com a forma como observava em sua infância pais e avós lidarem com esses fatores", explica, Rebeca.
Por isso, neste ponto, é importante o casal ter transparência, persistência e paciência, e se necessário, buscar a assistência de um profissional da área para ajudar na organização das finanças. "Procurar profissionais que possam auxiliar o casal nesse momento tem mostrado bons resultados, bem como, profissionais que compreendem os aspectos emocionais também é sugerido. Pois, cuidar do bem-estar financeiro da família é sinal de amor, responsabilidade e ainda é pensar no futuro", finaliza a especialista.
Fonte: Rebeca Toyama, especialista em bem-estar financeiro.