Vai usar o 13º para pagar dívidas? Especialistas recomendam quais cuidados tomar

Ao receber o dinheiro extra, o recomendado é, sim, se livrar do nome sujo, mas algumas dicas podem tornar essa negociação mais proveitosa

17 out 2024 - 05h01
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Para os brasileiros de carteira assinada, falta pouco mais de um mês para o início do pagamento do décimo terceiro salário. O momento costuma ser aguardado o ano todo pelos trabalhadores, principalmente por aqueles que têm dívidas a pagar.

"A gente sabe até em pesquisas que mais de 40% das pessoas que recebem o 13º pretendem usar esse dinheiro para pagar dívida", diz Patrícia Camilo, gerente da Serasa.

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Ao receber o dinheiro extra, o recomendado é, sim, se livrar do nome sujo. Mas algumas dicas de especialistas podem ajudar a tornar essa negociação mais proveitosa para o trabalhador.  

Pagar a dívida à vista ou parcelado?

Especialistas ouvidas pelo Terra são unânimes em dizer que, assim que houver dinheiro para pagar uma dívida, o ideal é quitá-la. Mas isso não significa que a melhor opção seja sempre à vista. Essa decisão vai depender do desconto dado em cada modalidade.

"Se o valor da dívida à vista ou o valor da dívida parcelada for o mesmo, ou seja, os juros são os mesmos, e essa pessoa tem uma disciplina suficiente para parcelar, talvez parcelar seja a melhor opção", afirma Camilo.

A gerente da Serasa complementa, porém, que o parcelamento exige disciplina, mas acaba sendo a única opção que cabe no bolso de algumas pessoas.

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"Aqui a gente tem uma dívida média total de mais de R$ 4 mil. Então, muitas vezes é inviável quitar tudo de uma vez", pondera.

A educadora financeira Daiane Alves, da Neon, ressalta, porém, que normalmente as instituições financeiras já oferecem bons descontos nas negociações à vista.

"Tem empresas que chegam a dar um desconto de 50% do valor da dívida pagando à vista. Então, a depender da dívida, pagar à vista acaba sendo mais vantajoso do que parcelar, porque o parcelamento é uma negociação que a gente não sabe se vai conseguir arcar com aquela despesa todos os meses", diz.

Melhor negociar já com a primeira parcela do 13º?

Para Daiane Alves, da Neon, o ideal é segurar a emoção e negociar a dívida já com as duas parcelas do décimo terceiro na conta. Mas, claro, fazendo isso é preciso ficar atento para não gastar indevidamente o recurso.

Ela explica que, com as duas parcelas em mãos, o trabalhador ganha maior poder de negociação. Assim, as instituições financeiras podem acabar oferecendo um desconto maior por isso.

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Patrícia Camilo dá ainda outra dica. Gerente da Serasa, ela orienta a usar o aplicativo da instituição para que o consumidor acompanhe quais dívidas têm e quais oportunidades de negociação estão sendo oferecidas.

"Mesmo que a pessoa veja agora e não tenha o valor do dinheiro, ou não consiga ainda quitar, eu recomendo continuar ali com o aplicativo e ligar as notificações. Porque qualquer alteração nessa dívida, nessa negociação, ela vai ser avisada", diz.

Tendo em mente essas informações de quanto é devido e para quem, o trabalhador pode começar a planejar o uso do décimo terceiro desde então, já que é um recurso que ele sabe que irá receber de todo modo. A orientação das especialistas é que comece pagando aquela dívida com juros mais altos.

"A dívida mais cara não é necessariamente a de maior valor, mas aquela em que os juros é maior", explica Camilo.

Cuidado para não esquecer de outros gastos

É importante que, caso use o décimo terceiro para pagar dívidas, não se esqueça de que em dezembro e janeiro gastos extras batem à porta. É o caso das compras de Natal, do material escolar de quem tem filhos, do IPVA, do IPTU e outros.

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Apesar de serem atípicos, esses gastos também são previsíveis e podem ser colocados na organização financeira do trabalhador. Segundo Patrícia Camilo, o ideal é que o planejamento financeiro seja feito sempre a longo prazo, levando em consideração pelo menos seis meses de contas.

"Não adianta planejar só o próximo mês e o consequente, porque a gente sabe que existe a sazonalidade dos gastos", afirma.

Fonte: Redação Terra
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