O potencial de crescimento mundial sofreu um grande impacto após a crise financeira de 2007-2009 e deve permanecer defasado por anos, sugerindo que as taxas de juros devem permanecer baixas por algum tempo, disse o Fundo Monetário Internacional (FMI) num estudo publicado nesta terça-feira.
O crescimento potencial, que mede o ritmo em que as economias podem crescer ao longo do tempo sem ter problemas inflacionários, já vinha desacelerando nas economias mais ricas antes da crise financeira devido ao envelhecimento das populações e a uma queda na inovação tecnológica.
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No entanto, quedas no investimento privado e no crescimento do emprego reduziram o crescimento anual potencial nesses países para 1,3% entre 2008 e 2014, meio ponto percentual abaixo do período pré-crise, de acordo com o estudo do FMI.
O estudo, que faz parte do relatório "Perspectiva Econômica Global" do FMI, pode servir de estrutura para discussões sobre como impulsionar o crescimento quando autoridades econômicas mundiais se reunirem em Washington na semana que vem para as reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial.
Para os próximos cinco anos, o crescimento anual potencial das economias avançadas deve avançar para 1,6%, ainda abaixo das taxas de crescimento pré-crise, tornando mais difícil a redução das altas dívidas pública e privada, segundo o FMI.
Com taxas de juros baixas, "a política monetária nas economias avançadas podem novamente ser confrontadas com o problema do piso de zero se choques adversos ao crescimento se concretizarem", disse o FMI.
O Fundo disse também que a demanda fraca na zona do euro e no Japão podem levar a um crescimento potencial ainda menor que o previsto. O estudo foi divulgado antes das projeções econômicas globais do FMI na semana que vem.
Nos mercados emergentes, o crescimento anual potencial caiu para 6,5% de 2008 a 2014, cerca de 2 pontos percentuais mais baixo do que antes da crise, e a expectativa é que recue ainda mais para 5,2% durante os próximos cinco anos conforme a população envelhece, limitações estruturais restringem o crescimento de capital e a produtividade desacelera.
Uma queda projetada no potencial de crescimento da China, segunda maior economia do mundo, pode ser ainda mais profunda no momento em que o país faz a transição de uma economia guiada por investimentos para uma baseada no consumo, disse o FMI.
O FMI recomendou que economias ricas sustentem demanda e o investimento, incluindo mais recursos para infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento. Economias emergentes também devem impulsionar os gastos com infraestrutura, livrar-se de regulações excessivas e melhorar a qualidade da educação, disse o FMI.