BRASÍLIA - O mercado financeiro aumentou a projeção para a cotação do dólar perante o real em 2024 e 2025 e também elevou a previsão de alta da inflação no próximo ano. Os números foram divulgados no relatório Focus do Banco Central nesta segunda-feira, 30.
A mediana para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 subiu pela 11.ª semana consecutiva, e saltou de 4,84% para 4,96% - acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, a projeção era de 4,40%.
A mediana do relatório Focus para a inflação suavizada (para os próximos 12 meses, sem contar o mês atual) passou de 4,89% para 4,94%. Um mês antes, era de 4,41%. Essa medida ganhou importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, que o Banco Central deverá perseguir a partir de 2025.
A partir do ano que vem, a meta será contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou menos (1,5% a 4,5%). Se a inflação ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o BC terá descumprido o alvo.
Para a inflação de 2024, a estimativa passou de 4,91% para 4,90%, também acima do teto, de 4,50%. Quatro semanas atrás, estava em 4,71%.
A alta da inflação pode levar o Banco Central a manter ou aumentar a taxa básica de juros, a Selic. A projeção do mercado para esse índice no fim de 2025 seguiu em 14,75%, sem alteração. Na última reunião, de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica para 12,25% ao ano e sinalizou mais dois aumentos de um ponto porcentual, que levariam a taxa a 14,25% em março do ano que vem, o maior nível desde 2016.
A mediana para a cotação do dólar para o fim de 2024 passou de R$ 6,00 para R$ 6,05. Para o fim de 2025, a estimativa dos economistas do mercado aumentou de R$ 5,90 para R$ 5,96, na nona alta seguida. A projeção para o fim de 2026 subiu de R$ 5,84 para R$ 5,90 e, para o fim de 2027, seguiu em R$ 5,80.
