Analistas consultados pelo Banco Central voltaram a reduzir suas expectativas para a inflação em 2023 após sinais de alívio no aumento dos preços, ao mesmo tempo que passaram a ver desempenho melhor da economia.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2023 agora é de 5,71%, contra 5,80% na semana anterior.
Essa revisão vem na esteira de dados na semana passada que mostraram que o IPCA-15 subiu menos do que o esperado em maio, 0,51%, com a taxa em 12 meses recuando ao menor nível em cerca de dois anos e meio, de 4,07%.
Para 2024, a projeção para a alta dos preços permaneceu em 4,13%, e, para os dois anos seguintes, segue em 4,0%.
O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
O resultado do IPCA-15 levantou apostas de uma antecipação dos cortes na Selic pelo Banco Central, mas a pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que eles continuam vendo manutenção da taxa básica de juros no atual nível de 13,75% na reunião de junho.
O Focus mostra ainda que não houve alterações no cenário para a Selic ao final deste ano e do próximo, com a taxa calculada em 12,50% e 10,00% respectivamente.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, avaliou que o processo de desinflação no Brasil ainda não acabou e que é preciso convergir a inflação para a meta.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento em 2023 melhorou em 0,06 ponto percentual, a 1,26%, enquanto, para 2024, permaneceu em 1,30%.