Economistas de instituições financeiras pioraram o cenário para o crescimento da economia em 2014, ao mesmo tempo em que mantiveram a perspectiva de que o Banco Central (BC) não voltará a elevar a Selic este ano.
Na pesquisa Focus do BC, divulgada nesta segunda-feira, os agentes econômicos reduziram a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano a 1,44% - 0,06 ponto percentual a menos do que na semana anterior.
Ao mesmo tempo, pioraram bastante a estimativa de expansão da indústria, para 0,96%, ante 1,24% na semana anterior. Esse setor iniciou o segundo trimestre ainda mostrando contração, com recuo de 0,3% em abril, indicando que a atividade econômica do País terá dificuldade para se recuperar.
No primeiro trimestre, o PIB brasileiro cresceu apenas 0,2% na comparação com os últimos três meses do ano passado, quando a expansão foi de 0,4%.
Na semana passada, o BC informou que vê menos crescimento econômico neste ano, e ao mesmo tempo reduziu as expectativas de inflação em 2014 e 2015, através da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em que manteve a Selic em 11% ao ano.
Inflação
No Focus, os economistas mantiveram a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) este ano em 6,47% e ajustaram a perspectiva para 2015 em 0,02 ponto percentual a mais, para 6,03%. Nos próximos 12 meses, a estimativa permaneceu em 6,01%.
Já o Top 5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções, não vê mais a inflação estourando este ano o teto da meta do governo (6,5%). A estimativa agora é de que o IPCA encerre 2014 a 6,30%, contra 6,60% na pesquisa anterior.
Em maio, o IPCA desacelerou a 0,46%, dando força às expectativas de que o BC não deve voltar a elevar os juros tão cedo num cenário também de atividade fraca, o que já havia sido apontado na ata.
Os economistas consultados pelo BC também deixaram inalterada a perspectiva de que a Selic não voltará a ser elevada este ano, encerrando 2014 no atual patamar de 11%.
Novo movimento de aperto monetário, para eles, ocorrerá apenas no ano que vem, em janeiro, de 0,50 ponto percentual, inalterado sobre a pesquisa anterior. Para 2015 também foi mantida a perspectiva de que a taxa básica de juros terminará a 12%.
Por sua vez, o Top 5 de médio prazo vê a taxa básica de juros a 11,25% neste ano, projeção que se mantém inalterada. Mas reduziu a perspectiva para 2015 a 11,63%, sobre 12,50%.