O segmento de padarias já conta com 63 mil estabelecimentos no Brasil, seis mil somente na Grande São Paulo, e faturamento de R$ 70 bilhões por ano, segundo dados do sindicato e da associação dos industriais de panificação de São Paulo (Sampapão). Com um cenário promissor, o negócio que é sucesso entre proprietários particulares começa a chamar a atenção do setor de franquias.
Um dos sócios da rede Brasileira, Antônio Henrique Afonso Júnior, explica que “a padaria já tem uma tradição forte entre os brasileiros e passou a ser mais frequentada nos últimos anos por conta do pleno emprego no Brasil e da ascensão social de parte da sociedade, o que tem levado as pessoas comerem mais fora de casa”.
Originária do ABC Paulista, a marca da família do empresário tem 61 anos e soma hoje 11m lojas, cinco próprias e seis franqueadas nos formatos tradicional e express. Além do nome do comércio, a Brasileira fornece aos franqueados todos os produtos oferecidos pela padaria, que são de fabricação própria, a fim de manter um padrão de qualidade da marca e ter uma outra fonte de renda que não os royalties de franquia.
Segundo Afonso Júnior, os investidores que miram a abertura deste tipo de negócio devem estar cientes que se trata de uma operação muito complexa, que exige alto investimento e dedicação constante do dono no balcão de atendimento. “Hoje vemos famílias inteiras almoçando juntas dentro das padarias, cada uma com uma opção de refeição: alimentação por quilo, lanches, salgados, pizzas etc.”
No caso da Brasileira, os aportes exigidos vão de R$ 500 mil para o modelo express até R$ 2,5 milhões para a padaria tradicional. O contrato deve ser de cinco anos e os royalties mensais são de 2% do faturamento bruto. O retorno previsto do investimento vai de 36 a 48 meses, de acordo com o empresário. A rede familiar emprega hoje 900 funcionários e atende cerca de 3,5 milhões de clientes por ano.
Para quem achou o preço salgado, ele explica que os maiores gastos são com os equipamentos e com os funcionários, que podem chegar a 300 em unidades com forte movimento.
No entanto, para quem gosta do segmento, mas não possui todo esse fôlego de investimento ou não tem qualquer experiência anterior no ramo, a franquia de padaria drive-thru Pão To Go exige aportes a partir de R$ 190 mil e um sistema mais simples de funcionamento.
“O modelo diminui os gastos iniciais do investidor e acelera a inauguração da unidade, já que a loja é composta por contêineres pré-moldados, além de oferecer uma variedade menor de produtos”, afirma o diretor-presidente da consultoria Global Franchise, responsável pela expansão da marca, Paulo César Mauro.
Com a promessa de atrair as pessoas que levam uma vida agitada nos centros urbanos e que procuram uma opção rápida para comprar pãozinho e outros itens básicos, a Pão To Go prevê faturamento médio mensal de R$ 45 mil a R$ 65 mil por unidade, exige dois funcionários por turno de funcionamento do negócio e retorno previsto de 12 a 26 meses.
Mauro aconselha que, para essa opção de franquia, que possui 10% dos produtos de uma padaria convencional, é essencial a pesquisa detalhada sobre o ponto comercial da marca, que pode funcionar em sub-solos de shoppings e postos de gasolina. Desde o lançamento da franquia no País em 2013, já foram fechados contratos para cerca de cem unidades.