Uma análise publicada nesta quarta-feira no diário financeiro britânico Financial Times afirma que credores e acionistas da OGX - petroleira do empresário Eike Batista - que deve entrar com pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira -, temem ficar sem nada depois que a empresa anunciou que está negociando a venda de seu braço de gás natural, ainda considerado "confiável".
Apesar de pequena, a OGX Maranhão, que tem ativos de gás na Bacia do Parnaíba, "é o único bem de produção confiável que ainda resta na empresa". Em entrevista ao jornal, Aurélio Valporto, que está liderando um grupo de investidores que pretendem processar Eike Batista, a venda da OGX Maranhão "é como roubar de todos os outros credores e acionistas", que poderão ficar sem nada se a OGX falir.
O FT faz uma breve recapitulação da ascensão e queda da petroleira, que chegou a ter valor de marcado de US$ 22 bilhões, segundo o banco UBS.
Ameça
No entanto, as ações da petrolífera despencaram mais de 90% depois que seus três campos, Tubarão Gato, Areia e Tigre foram declarados improdutivos e serão fechados no ano que vem. "Desde então, a OGX vem apostando suas esperanças no campo de Tubarão Martelo , que deve começar a operar no mês que vem".
"No entanto, se a OGX entrar com pedido de recuperação judicial, corre o risco de ficar sem esse e outros campos onde tem concessão". Segundo o FT, diante deste cenário, a OGX Maranhão seria um dos únicos bens que restariam aos credores e acionistas.
"Mas até isto pode estar sob ameaça depois que bancos credores da OGX anunciaram na segunda-feira que teriam fechado um acordo para vender a OGX Maranhão para Eneva, antiga empresa de energia de Batista que agora é controlada pela alemã Eon". "Em outro país, isto não aconteceria", afirmou Valporto ao FT.