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Galípolo diz que BC migrou para período de maior cautela na política monetária

16 jul 2024 - 16h47
(atualizado às 17h39)

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta terça-feira que o mercado de trabalho aquecido indica um processo de recuo mais lento da inflação, cenário que, somado a fatores externos, fez a autarquia migrar para um período de "um pouco mais de cautela".

Diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabríel Galípolo, fala em comissão no Senado Federal
04/07/2023
Lula Marques/ Agência Brasil/Distribuição via REUTERS
Diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabríel Galípolo, fala em comissão no Senado Federal 04/07/2023 Lula Marques/ Agência Brasil/Distribuição via REUTERS
Foto: Reuters

Em evento promovido pelo Sicredi, em Anápolis (GO), Galípolo reafirmou que a desancoragem de projeções do mercado para a inflação brasileira elevou a preocupação do BC, ressaltando que a previsão de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos gera elevação na expectativa da taxa de juros terminal em países emergentes e fortalece o dólar.

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"Óbvio que todos ficam contentes em saber que o rendimento está crescendo, que as pessoas estão encontrando mais oportunidade, mais emprego, mas a função do Banco Central é ser mais cuidadoso, porque são indícios de uma economia que está mais aquecida e pode significar um processo de desinflação mais lento", disse.

"Somado ao fato de uma preocupação relacionada à reprecificação da política monetária norte-americana, que o mundo todo está aguardando os próximos passos, e que com juros mais altos (nos EUA) a valorização do dólar sempre provoca algum tipo de dificuldade do ponto de vista cambial para países emergentes. Então, migramos para um período com um pouco mais de cautela."

O diretor acrescentou que questões domésticas de política econômica também contribuíram para a performance um pouco pior do real no período recente. Segundo ele, o câmbio tem apresentado grande volatilidade e o BC está aguardando para ver movimentos de acomodação.

O Copom decidiu em junho manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, em decisão unânime de sua diretoria para interromper o ciclo de afrouxamento monetário iniciado em agosto do ano passado.

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Em relação aos próximos passos da política monetária, o diretor reafirmou que o BC optou por não oferecer nenhum tipo de sinalização sobre o que pretende fazer à frente. Para ele, as incertezas aumentaram e o Copom está mais dependente de dados para tomar suas decisões.

Galípolo afirmou que a inflação corrente no Brasil vem apresentando dados mais benignos, apesar de ainda haver preocupações com os preços no setor de serviços, e acrescentou que apesar da desancoragem das projeções de mercado, dado recente mostrou uma melhora nas expectativas para a inflação.

O boletim Focus do BC publicado na segunda-feira mostrou que o mercado espera uma inflação de 4,00% no fechamento deste ano, previsão ligeiramente melhor que os 4,02% apontados na semana anterior.

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