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Governo anuncia descontingenciamento de R$ 21,2 bilhões

20 mai 2016 - 19h48
(atualizado às 19h48)

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou que o governo reduzirá em R$ 21,2 bilhões o contingenciamento de R$ 44 bilhões previsto pela última gestão. “Parte das despesas serão descontingenciadas para que os órgãos públicos não deixem de prestar serviços”, acrescentou.

Henrique Meirelles participará de coletiva para falar de meta fiscal no fim da tarde desta sexta-feira
Henrique Meirelles participará de coletiva para falar de meta fiscal no fim da tarde desta sexta-feira
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / O Financista

Segundo Meirelles, a projeção de déficit primário de R$ 170,5 bilhões em 2016 é “realista” e resulta da frustração de receitas e aumento de despesas devido a questões como renegociação da dívida dos estados e pagamentos atrasados. Enquanto o governo federal deve ter déficit, a estimativa para estados e municípios é superávit primário de R$ 6,5 bilhões.

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De acordo com o ministro, o governo projeta receita líquida de R$ 1,077 trilhão para este ano, o que representa queda real de 4% em relação ao que estava previsto. Meirelles disse que o governo anterior "superestimou" as receitas. Segundo ele, o aumento de despesas é da ordem de R$ 19,9 bilhões.

“Na meta de despesa primária, o governo incluiu o pagamento de despesas atrasadas dentro do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], despesas de investimento do Ministério da Defesa atrasada e gastos necessários para o setor de saúde”, destacou o ministro.

O ministro destacou ainda que parte do aumento de gastos será compensado pela receita da repatriação de ativos no exterior. Ele informou que a previsão de despesas não contempla uma capitalização "substancial" da Eletrobras, que enfrenta problemas para apresentar seu balanço.

Funcionalidade

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O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Romero Jucá, disse que o governo do presidente interino Michel Temer será “diferente” da gestão da presidente afastada Dilma Rousseff, por ser realista com relação à situação fiscal. “Meta fiscal não é novela para ser feita em capítulos”, afirmou ao comentar as mudanças de meta da equipe econômica anterior.

Segundo Jucá, a meta fiscal foi traçada de forma a permitir que o governo federal “volte a funcionar” e que os ministérios tenham recursos para operar. “Estamos dando funcionalidade aos ministérios. É inadmissível que tenhamos no Brasil embaixadas devendo quatro, cinco meses de aluguel, servidores no exterior sem auxilio-moradia e outras despesas administrativas que depõem contra a grandeza e dimensão do governo brasileiro”, disse.

Jucá afirmou ainda que serão retomadas e ampliadas obras tidas como “fundamentais”, entre elas a transposição do Rio São Francisco e as adutoras do Nordeste, além de investimentos em estradas e na saúde. Segundo o ministro, a meta é o teto de gastos e "todos vão trabalhar" para diminuir essas despesas.

Agência Brasil
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