O governo federal anunciará contingenciamento adicional de cerca de 5 bilhões de reais no Orçamento deste ano, necessário para tentar cumprir a meta de déficit primário de 139 bilhões de reais, afirmaram à Reuters duas fontes com conhecimento sobre o assunto nesta quinta-feira.
O aperto nas contas será acompanhado ainda pela elevação nas alíquotas de Pis/Cofins sobre combustíveis, que deve gerar receitas extras de 11 bilhões de reais, em meio aos fracos sinais de recuperação da economia e após a forte crise política que atingiu o governo do presidente Michel Temer.
A definição sobre o tamanho do novo congelamento se deu após reunião nesta tarde no Palácio do Planalto, da qual participaram o presidente Michel Temer e os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira.
Isso porque, mesmo acertada a elevação dos tributos sobre combustíveis, técnicos do governo ainda apontavam rombo que deveria ser coberto por medidas adicionais.
Considerando as duas investidas, o governo contará com ajuda extra de cerca de 16 bilhões de reais para garantir o cumprimento da meta, compromisso que Meirelles tem dito não abrir mão.
Segundo uma das fontes, o aumento nas alíquotas de Pis/Cofins sobre combustíveis será para o máximo permitido. As alíquotas da Cide, outro imposto que incide sobre os combustíveis, não serão alteradas.
Atualmente, as alíquotas de PIS/Cofins que incidem sobre gasolina, diesel e álcool são, respectivamente, de 0,3816 real por litro, 0,2480 real por litro e 0,1200 real por litro, segundo a Receita Federal.
Os decretos com as alterações nos impostos devem ser publicados em edição extra do Diário Oficial da União, permitindo que o governo inclua as novas previsões de arrecadação no relatório de receitas e despesas do bimestre.
O cenário de fracas receitas tem estrangulado parte do andamento da maquina pública, o que levou alguns na equipe econômica a cogitar descontingenciar parte dos 39 bilhões de reais congelados no Orçamento deste ano. Mas, com o quadro fiscal delicado, essa ideia ficou para trás.
Em 12 meses até maio, último dado disponível, o rombo primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) somava 167,6 bilhões de reais, bem acima da meta fechada para o ano.