O governo federal arrecadou R$ 118,364 bilhões em impostos e contribuições em dezembro, acumulando no ano receitas recordes de R$ 1,138 trilhão por conta de recolhimentos extraordinários que acabaram minimizando as fortes desonerações no período. Os números representam alta real mensal de 8,25% e, no ano, de 4,08%, informou a Receita Federal nesta quarta-feira.
Pesquisa Reuters feita com analistas mostrou que a mediana das expectativas era de que a arrecadação somaria R$ 116 bilhões no mês passado.
Em 2013, a arrecadação federal foi marcada pelo fraco crescimento da economia, baixa lucratividade das empresas e alta desoneração tributária. No acumulado do ano, informou a Receita Federal, as desonerações resultaram em renúncia de R$ 77,8 bilhões. Só com Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), deixaram de entrar nos cofres públicos R$ 11,8 bilhões em desonerações, definidas para tentar estimular o crescimento econômico.
Com o caixa baixo para cumprir a meta ajustada de superávit primário de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas) para o setor público consolidado (governo central, Estados e municípios), o governo teve que recorrer às receitas extraordinárias.
Só com o Refis, programa de refinanciamento de dívidas tributárias, rendeu ao governo receita de R$ 21,8 bilhões no ano passado. Também foram recolhidos de forma extraordinária outros R$ 6,6 bilhões com Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), CSLL, Cofins e Pis, informou a Receita.
Só em dezembro, o resultado da arrecadação também foi favorecido por receitas extraordinárias de R$ 14,3 bilhões.