O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de R$ 7,358 bilhões no mês passado, no pior resultado para meses de fevereiro na série histórica iniciada em 1997, influenciado pela forte queda das receitas e despesas em nível elevado.
Em fevereiro, o déficit primário nas contas do governo central foi formado pelo rombo de R$ 5,875 bilhões na Previdência Social e pelo saldo negativo de R$ 1,505 bilhão do Tesouro Nacional, enquanto o Banco Central registrou superávit de R$ 22,2 milhões.
A receita líquida do governo central somou R$ 70,382 bilhões, com forte queda de 31,6% em relação a janeiro. O recuo na receita ocorreu mesmo com o ingresso de uma arrecadação tributária extraordinária de R$ 4,6 bilhões no mês passado.
Já a despesa encerrou o mês anterior em R$ 77,740 bilhões, com redução de 15,9% frente ao primeiro mês do ano.
"Fevereiro é um mês mais fraco pelo lado das receitas e em certa medida isso impactou o resultado", disse o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive
No ano, o governo central acumula superávit de R$ 3,093 bilhões ante superávit de R$ 9,920 bilhões em igual período do ano passado.
A meta de superávit primário de 2015 para o setor público consolidado (governo federal, Estados, municípios e estatais federais) é de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para atingir o alvo, o governo coloca em prática um duro ajuste das contas públicas marcado por aumento de tributo, revisão de regras em benefícios trabalhistas e previdenciários, redução de desonerações e encolhimento de subsídios, mas a resistência do Congresso e os efeitos da economia fraca sobre a arrecadação lançam dúvidas sobre o alcance do objetivo.
A etapa seguinte ao plano de ajuste será a definição do contingenciamento de gastos do orçamento, a ser anunciado nas próximas semanas.