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Governo do Japão prevê inflação muito acima da meta do banco central

20 jul 2023 - 09h02

O governo do Japão previu nesta quinta-feira que a inflação no país excederá de forma acentuada a meta de 2% do banco central neste ano, reconhecendo aumentos nos preços que podem manter vivas as expectativas do mercado de um fim da política de juros ultrabaixos.

As estimativas vêm antes da reunião de política monetária do Banco do Japão na próxima semana, quando a diretoria revisará suas previsões trimestrais e debaterá o progresso no cumprimento sustentável de sua meta de preços.

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Em sua revisão semestral, o governo prevê que a inflação ao consumidor atingirá 2,6% no ano fiscal que começou em abril, bem acima da taxa de 1,7% projetada em janeiro. A inflação no ano passado foi de 3,2%.

O governo projeta que a inflação vai desacelerar no próximo ano fiscal para 1,9%, próximo da meta do banco central de 2%.

"As previsões de inflação do governo estão em linha com as projeções do mercado. Não me surpreenderia se o Banco do Japão revisasse suas projeções de preços neste mês", disse Masamichi Adachi, economista do JPMorgan Chase.

Ressaltando a natureza frágil da recuperação do Japão, o governo reduziu sua previsão de crescimento econômico para este ano fiscal. A expectativa agora é de que a economia cresça 1,3% neste ano fiscal, de 1,5% estimado em janeiro, devido ao impacto nas exportações da desaceleração da demanda global.

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"A economia do Japão está se recuperando moderadamente" com o surgimento de sinais positivos, como aumentos salariais constantes e forte apetite por gastos corporativos, disse o primeiro-ministro Fumio Kishida.

"É importante garantir que o Japão faça um progresso constante para sair da deflação e mude para uma sociedade onde os aumentos salariais se tornem uma norma", disse ele ao principal conselho econômico do governo.

Depois de mais de duas décadas de deflação e crescimento estagnado dos salários, o Japão viu a inflação ultrapassar a meta de 2% do banco central por mais de um ano, com as empresas continuando a repassar os altos custos das matérias-primas para as famílias por meio de aumentos de preços.

As empresas ofereceram aumentos nos salários durante as negociações com os sindicatos neste ano, o que não era visto há três décadas, ampliando as expectativas do mercado de mudanças na política do banco central de controle da curva de rendimento.

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O presidente do Banco Central, Kazuo Ueda, descartou a chance de uma saída de curto prazo da política monetária ultrafrouxa, argumentando que o recente aumento da inflação impulsionado pelos custos deve ser substituído por ganhos de preços causados mais pela demanda doméstica robusta e maior crescimento salarial.

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