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Governo estuda cortes nas despesas, diz Mantega

Ministro da Fazenda também afirmou que alta no preço dos combustíveis não deve ter grande impacto na inflação

7 nov 2014 - 15h36
<p>Estamos em uma boa trajetória, avaliou Mantega, em evento em São Paulo após divulgação do IPCA de outubro, que mostrou recuo em relação a setembro</p>
Estamos em uma boa trajetória, avaliou Mantega, em evento em São Paulo após divulgação do IPCA de outubro, que mostrou recuo em relação a setembro
Foto: Chico Ferreira / Reuters

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou  que o impacto do aumento da gasolina sobre a inflação deverá ser pequeno, em apenas 0,1 ponto percentual. Ele comemorou o resultado satisfatório do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que passou de 0,57% para 0,42%, com variação menor em 12 meses (de 6,75% para 6,59%).

“Estamos em uma boa trajetória”, avaliou Mantega. Segundo ele, problemas que afetaram a economia neste ano como a estiagem, as restrições ao crédito, os eventos como a Copa do Mundo e as eleições não deverão atrapalhar a economia no próximo ano. Diante disso, com recuperação prevista das commodities (produtos primários com cotação no mercado internacional) e maior facilidade ao consumo deverão resultar em crescimento das atividades. Esses fatores tiveram alguma interferência, mas são problemas passageiros.

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Para garantir o cenário mais positivo, o ministro admitiu a necessidade de corte nas despesas públicas. Ele anunciou que estão sendo estudadas medidas de corte de subsídios envolvendo o seguro desemprego, auxílio doença e pensão por morte. Só neste último caso, elas atingem algo em torno de R$ 90 bilhões. Mantega, porém, não detalhou como isso será feito.

Ao ser questionado por jornalistas sobre a meta do superávit primário para 2015, o ministro informou que o governo trabalha com um orçamento entre 2% a 2,5%. A revisão, no entanto, da proposta feita em agosto depende do levantamento fiscal de novembro para depois ser encaminhada ao Congresso Nacional.

O ministro deu essas informações ao participar de um seminário na Fundação Getulio Vargas, em São Paulo. No encontro, ele fez uma avaliação positiva da economia, justificando que o baixo crescimento é efeito da política antícíclica da crise financeira internacional de 2008, mas que quando comparada a situação dos países membros do G20, o Brasil teve uma situação mais vantajosa.

“A maioria dos países do G20 não conseguiu fazer superávit primário, nós somos um dos poucos que conseguiram manter o resultado positivo mesmo em um período de crise”. Ele projeta que o resultado continuará positivo em 2015. Mantega considera que está ocorrendo um atraso na economia mundial para vencer os efeitos da crise, mas devagarinho vamos ter uma melhora.

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Ele justificou que a estratégia de manter o crédito dos bancos públicos com taxas inferiores aos do setor privado é apenas anticíclica. A sua expectativa é de que as instituições financeiras privadas ampliem as ofertas, retirando a necessidade de uma atuação do setor público. Ao falar sobre a evolução econômica do País nos últimos anos, ele destacou a criação de empregos que teve um aumento, passando de 66,5 milhões, em 2002, para 118 milhões, em 2014.

Segundo o ministro, o Brasil ainda é considerado um país de grande atratividade para investimentos, citando que eles somaram, nos últimos 12 meses, US$ 66,5 bilhões. O Brasil também possui uma situação de solidez financeira com as reservas em US$ 380 bilhões, disse Mantega.

Agência Brasil
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