Pesquisa mostra que 90% dos agentes do mercado financeiro desaprovam o governo de Lula. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem avaliação positiva de 41% dos respondentes.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu o pico da desaprovação por agentes do mercado financeiro em pesquisa divulgada pela Genial/Quaest, nesta quarta-feira, 4. Para 90% dos entrevistados, a terceira gestão do petista está sendo negativa.
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A pesquisa foi feita entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro, ou seja, logo após a divulgação do pacote fiscal pelo ministro Fernando Haddad, que provocou a escalada do dólar. Foram ouvidos gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão de 105 fundos de investimentos com sedes em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A desaprovação retornou ao patamar em que estava em março de 2023, quando também marcou 90%. Nas duas pesquisas seguintes, a avaliação negativa fez uma trajetória de queda, até chegar a 44% dos entrevistados, em julho daquele ano, menor taxa de desaprovação pelo mercado financeiro até aqui.
No levantamento atual, apenas 3% dos agentes do mercado financeiro veem o governo Lula como positivo. E 7% acreditam que a gestão é regular.
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu uma avaliação positiva por 41% dos respondentes; negativa, por 24%; e regular, por 35%. Os números, apesar de serem expressivamente melhores do que as do presidente Lula, estão distantes do ápice de avaliação positiva de Haddad.
Também em julho de 2023, Haddad teve o seu melhor desempenho frente ao mercado financeiro, tendo sido avaliado positivamente por 65% dos agentes e negativamente por apenas 11%.
Direção da política econômica e críticas ao arcabouço fiscal
Para 96% dos entrevistados, a política econômica brasileira está "indo na direção errada", e 88% acreditam que a economia do País deve piorar nos próximos meses. Os agentes do mercado financeiro (76%) acreditam que a economia está operando acima do potencial.
Com relação ao crescimento do PIB, estima-se que a economia brasileira cresça 3% pelo terceiro ano consecutivo. Sobre isso, 42% acreditam que o resultado é motivado por ações do governo Lula, enquanto outros 30% por ações do governo Bolsonaro. Já 22% veem o crescimento como uma natural retomada pós-pandemia de covid-19 e 6%, uma maior confiança dos agentes na economia brasileira.
Com relação ao pacote de corte de gastos, 58% disseram que as medidas apresentadas eram "nada satisfatórias", apesar de 88% afirmarem que "as medidas de pente fino sugeridas pela Fazenda até aqui são favoráveis ao cumprimento da regra de gasto do arcabouço fiscal".
O único ponto do pacote em que a maioria respondeu que tende a "prejudicar" a economia brasileira foi a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Para 88% do mercado, a medida não fará bem à economia.
Em quem o mercado confia?
Apenas duas personalidades angariaram a confiança de mais de 50% do mercado financeiro: o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em quem 69% dos respondentes disseram "confiar muito", e o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, com 70% de confiança por parte do mercado.
Lula e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tiveram as piores taxas de confiança, com 97% dos respondentes dizendo que não confiam nada neles.