O governo Nicolás Maduro confiscou nesta quarta-feira (19/04), sem qualquer aviso prévio, a única fábrica da General Motors (GM) na Venezuela. A montadora americana reagiu com indignação e anunciou o cancelamento de suas operações no país.
O confisco, segundo observadores, tem como objetivo provocar os Estados Unidos e desviar a atenção da grave crise econômica enfrentada pelo país e da violência ocorrida durante protestos contra o governo Maduro nesta semana.
Em comunicado, a montadora denunciou que carros e outros bens da empresa foram levados, causando um prejuízo irreparável. A GM tem mais de 2.700 funcionários no país, onde é líder no mercado automotivo há 35 anos, e chamou a decisão de arbitrária. O governo venezuelano não se manifestou sobre o motivo do confisco.
"A fábrica da GMV (General Motors Venezuelana) foi tomada de forma inesperada pelas autoridades, impedindo um funcionamento normal. Também outros bens da companhia, como veículos, foram retirados ilegalmente de suas instalações", afirmou a empresa.
Cerca de 70 distribuidoras da GM continuarão a oferecer assistência e fornecer peças dos veículos. As operações da GM na América Latina representam uma parcela pequena das atividades da empresa. No ano passado, a montadora avaliou que países latino-americanos continuam a apresentar desafios macroeconômicos e problemas políticos.
Empresas têm encerrado negócios na Venezuela como resultado da inflação crescente e a grave crise econômica do país. Companhias como a Bridgestone, a maior fabricante de pneus do mundo, Ford Motor e Procter & Gamble abandonaram os investimentos na Venezuela devido às práticas autoritárias do regime de Maduro.
KG/ap/dpa/lusa
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