O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, foi exonerado nesta quarta-feira, 12, em publicação no Diário Oficial da União. A demissão de Geller ocorre em meio às suspeitas de fraude no leilão do arroz, anulado pelo governo.
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Duas empresas criadas por um ex-assessor de Neri Geller --Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e Foco Corretora de Grãos-- intermediaram a venda do arroz pelo leilão. A saída de Geller já havia sido anunciada na terça-feira, 11, pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
Durante entrevista em que anunciou a anulação do leilão, Fávaro disse que Geller teria colocado seu cargo à disposição devido ao mal-estar provocado pela revelação. “Ele pediu demissão e eu aceitei”, afirmou Carlos Fávaro em coletiva à jornalistas.
Novo leilão
De acordo com o presidente da Conab, Edegar Pretto, a companhia pretende fazer um novo leilão de arroz, mas com ferramentas que já garantam que as empresas contratadas terão capacidade técnica e financeira. A data do novo leilão, contudo, não está definida.
"Vamos revisitar os mecanismos estabelecidos para esses leilões com apoio da Controladoria-Geral da União, da Advocacia-Geral da União, e pretendemos fazer um novo leilão, quem sabe em outros modelos para a gente poder ter garantias que vamos contratar empresas que terão capacidade técnica e financeira", comentou.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, reforçou que "não haverá recuo da decisão, tendo em vista que o arroz precisa chegar à mesa do brasileiro a preço justo". De acordo com ele, Lula quer que o arroz e outros alimentos estejam à mesa da população a preços justos.
O leilão foi promovido para garantir o fornecimento de arroz no Brasil, após as enchentes no Rio Grande do Sul, já que o Estado é o principal produtor do grão, responsável por 70% da produção nacional de arroz.