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Governo prevê criação de 4 milhões de empregos em três anos

Medida provisória que deve ser assinada na semana que vem vai incentivar contratação de jovens de 18 a 29 anos e pessoas com mais de 55 anos

6 nov 2019 - 18h10
(atualizado às 18h29)

O governo espera incentivar a geração de cerca de 4 milhões de vagas de emprego ao longo de três anos com o "Trabalho Verde Amarelo", programa que será criado para estimular contratações de jovens e pessoas acima de 55 anos, segundo apurou o Estadão/Broadcast.

A criação dos trabalhos deve se dar em três anos, segundo o governo
A criação dos trabalhos deve se dar em três anos, segundo o governo
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil / Estadão Conteúdo

As estimativas ainda estão sendo fechadas pelo governo, mas a avaliação é de que será um programa simples na aplicação e no entendimento, o que facilitará seu alcance. A equipe econômica também tem conversado com parlamentares para medir a receptividade da ação.

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Os detalhes da medida foram levados nesta quarta-feira (6) ao presidente Jair Bolsonaro pelo secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. A expectativa é que o lançamento do programa ocorra na semana que vem, com a assinatura de uma medida provisória, que tem vigência imediata, mas precisa do aval de deputados e senadores. As elevadas taxas de desemprego têm sido o calcanhar de Aquiles do governo Bolsonaro.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, o novo programa vai reduzir o custo das empresas nas contratações de jovens de 18 a 29 anos em busca do primeiro emprego e de pessoas acima de 55 anos. Elas poderão ser admitidas com remuneração de até 1,5 salário mínimo, o equivalente hoje a R$ 1.497,00.

Ao limitar a faixa salarial para o programa, a equipe econômica pretende impedir que os benefícios sejam destinados a contratações de profissionais que encontram trabalho com maior facilidade. O objetivo é dar oportunidade a pessoas com menor qualificação que hoje estão com dificuldades para conseguir uma vaga formal no mercado.

O programa vai livrar as empresas de pagar a contribuição patronal para o INSS (de 20% sobre a folha) e as alíquotas do Sistema S, do salário-educação e do Incra. A contribuição para o fundo de garantia, o FGTS, será de 2%, menos que os 8% dos atuais contratos de trabalho. O valor da multa será de 20% sobre o saldo em caso de demissão sem justa causa.

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A redução da multa sobre o FGTS havia ficado de fora inicialmente porque os técnicos temiam a necessidade de uma mudança constitucional para mexer na multa, que costuma ser de 40% nos contratos em geral. A avaliação, porém, é que de leis ordinárias já preveem multa de 20% em algumas modalidades, como o trabalho temporário e a demissão por acordo consensual (quando empregado e empresa decidem pela rescisão).

Com essas medidas, a estimativa é de que o custo das contratações sob o programa ficará 32% menor do que é hoje.

Criticas 

Antes mesmo de ser lançado, o programa tem sofrido críticas por parte dos economistas por destinar os incentivos a um tipo específico de contratação. O temor é repetir o fiasco da política de desoneração da folha de pagamento praticada por governos petistas, que se transformou em lucro para as empresas, sem reflexo substancial nos empregos.

A avaliação na área econômica, porém, é que o novo programa está focado em uma "população muito vulnerável", que não tem encontrado oportunidades no mercado e geralmente é a última a ser beneficiada pela geração de novas vagas em momento de recuperação da economia.

Para evitar substituição da mão de obra atual pelo Trabalho Verde e Amarelo, o governo deve prever uma espécie de trava para as empresas, que só poderão contratar pelo programa pessoas acima do número de funcionários que havia em um dado momento a ser definido pelo texto. Ou seja, só poderá contratar para ampliar sua força de trabalho.

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Além disso, as empresas devem ter um limite de contratações pelo Trabalho Verde e Amarelo, de acordo com o porte da companhia.

A desoneração total da folha terá duração de até 24 meses. Caso a empresa deseje manter o profissional depois desse período, pode haver uma transição, com uma espécie de escada para que a companhia retome aos poucos o pagamento das contribuições sobre a folha. A avaliação é de que, se a empresa estiver disposta a manter o profissional em seus quadros, retomar a cobrança dos encargos toda de uma vez poderia desestimulá-la a tomar essa decisão.

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