O governo anunciou nesta sexta-feira (20) uma meta fiscal de déficit - despesas maiores que as receitas - de R$ 170,5 bilhões em 2016.
A equipe econômica do presidente interino Michel Temer calculava que as despesas ficariam entre R$ 160 e R$ 180 bilhões, quase o dobro dos R$ 96,7 bilhões previstos pelo governo da presidente afastada Dilma Rousseff.
O governo tem até domingo (22) para divulgar o relatório de receitas e despesas sobre o bimestre encerrado em abril. A meta seguirá para avaliação e votação na Comissão Mista de Orçamento. Caso ela não seja aprovada, o governo será obrigado a anunciar um novo corte nos gastos para se adequar ao alvo fiscal ainda vigente do governo Dilma, de superávit de R$ 30,6 bilhões para o setor público consolidado, sendo R$ 24 bilhões apenas para o governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central).
O ministro do Planejamento, Romero Jucá, já havia dito que o governo poderia incluir ressalvas na meta fiscal deste ano.
Segundo o ministro, o déficit primário encaminhado ao Congresso de R$ 96 bilhões ainda não prevê queda contínua de arrecadação e renegociação de dívidas com os Estados.
Temer também está estudando a venda de ativos estatais para reforçar as contas públicas e também a realização de uma auditoria na Caixa Econômica Federal para diminuir o déficit.
(Com Reuters)