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Governo tenta agir contra inflação dos alimentos, mas instrumentos são limitados

24 jan 2025 - 16h10

A cobrança do presidente Luiz Inácio Lula a seus ministros para buscar maneiras de conter o preço dos alimentos levou uma crise para dentro do Palácio do Planalto, mas, em meio a um cenário de dólar alto e subida dos preços internacionais, as opções são limitadas e o governo não tem uma ação concreta de curto prazo, disseram fontes envolvidas nas discussões.

"Tem muito pouco hoje que o governo possa fazer. Pode tomar algumas medidas, mas é tudo parcial, ou com impacto residual", disse à Reuters uma fonte do governo que participa das conversas sobre a inflação dos alimentos.

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"O preço das commodities hoje está alto. Mesmo que você aumente a área produzida, o produtor vai vender pelo melhor preço. Não vai vender no mercado interno para ajudar a indústria", acrescentou.

A questão da alta nos preços dos alimentos foi levada pelo presidente à reunião ministerial de segunda-feira. Lula questionou os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, se havia medidas em estudos para tentar conter a alta de preços, e ficou irritado quando ouviu que não havia nada.

A cobrança levou a uma sequência de reuniões nos últimos dias e, também, a uma série de informações desencontradas. Depois de uma nova reunião nesta sexta-feira entre Lula e auxiliares, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, teve que prometer que não haverá "medidas heterodoxas" para tentar conter preços, como supermercados estatais, subsídios ou congelamento de preços.

"Foram apresentadas algumas sugestões, mas eu diria que o carro-chefe, para resumir, é que o presidente pediu para que deem uma lente de aumento, foco maior, na hora da definição de políticas públicas já existentes e que esses estímulos tenham foco maior nos produtos que estão na nossa cesta básica", disse Costa.

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Questionado como agir quando o governo tem ferramentas limitadas, já que o problema é o dólar alto e commodities em alta, o ministro da Agricultura reforçou que o foco é adotar medidas de incentivo ao aumento da produção, como foi feito com o arroz o ano passado.

O governo estuda ainda em mexer em regras do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) -- os tíquetes alimentação e refeição --, que tem hoje taxas de administração consideradas muito altas, e diminuir alíquotas de importação de alimentos que, por acaso, estejam mais caros no Brasil do que no mercado internacional.

Segundo as fontes ouvidas pela Reuters, essas medidas podem reduzir custos, mas admitem que os impactos são limitados.

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