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Grécia: saída do euro é inevitável, diz ex-presidente do Fed

Em entrevista à BBC, Alan Greenspan afirma não acreditar que governo grego conseguirá mudar termos de plano de resgate financeiro

8 fev 2015 - 17h35
(atualizado às 18h44)
Em entrevista à BBC, Alan Greenspan afirma não acreditar que governo grego conseguirá mudar termos de plano de resgate financeiro
Em entrevista à BBC, Alan Greenspan afirma não acreditar que governo grego conseguirá mudar termos de plano de resgate financeiro
Foto: BBC Brasil / AP

O ex-presidente do Fed (Federal Reserve), o Banco Central americano, Alan Greenspan disse acreditar que a saída da Grécia da zona do euro é 'inevitável'.

Em entrevista à BBC, Greenspan afirmou que não vê quem vá emprestar mais dinheiro para tentar reanimar a economia grega, em apuros desde a crise financeira de 2008.

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A Grécia quer renegociar os termos do pacote de resgate, mas, segundo o economista americano, isso não será possível "sem que o país deixe a zona do euro".

Na manhã deste domingo, o ministro das Finanças britânico, George Osborne, afirmou que uma eventual saída da Grécia da moeda comum causaria "problemas profundos" para o Reino Unido.

Greenspan, que foi presidente do Fed entre 1987 e 2006, afirmou acreditar que a saída da Grécia é "só uma questão de tempo".

"Acredito que a Grécia abandonará a zona do euro. Não acho que isso (permanecer no euro) é vantajoso para os gregos ou para o resto da zona do euro – é só uma questão de tempo antes de todo mundo reconhecer que a saída (da Grécia) é a melhor estratégia".

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"O problema é que eu não consigo conceber a continuidade do euro, a menos que todos os seus membros se tornem politicamente integrados – a integração do ponto de vista fiscal, por si só, não será o bastante".

Após a vitória do partido de esquerda Syriza na Grécia, contrário às medidas de austeridade fiscal, os ministros gregos vêm fazendo um tour pelas principais capitais europeias na tentativa de arregimentar apoio para a renegociação dos termos do pacote de resgate que salvou o país da moratória em 2010.

Ruptura do euro

No entanto, não há qualquer inclinação nem de Berlin nem do Banco Central Europeu (BCE) sobre alterar os termos do socorro financeiro à Grécia, que totalizou 240 bilhões de euros (R$ 756 bilhões) em empréstimos do BCE, da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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"As condições do plano de resgate eram generosas, acima de todas as medidas", afirmou na semana passada o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, que não vê justificativa para afrouxar as regras do plano de resgate grego.

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Segundo Greenspan, "todas as cartas estão, agora, nas mãos dos membros da zona do euro".

O ex-presidente do Fed também advertiu que tentar manter unido o bloco de moeda comum, hoje formado por 19 países, "é colocar tensão em todos".

Greenspan afirmou que, além da Grécia deixar a zona do euro, há um risco "real" de uma "ruptura muito maior", com a eventual saída dos países ao sul da Europa, como Portugal, Espanha e Itália.

Na manhã deste domingo, Osborne afirmou ao programa Andrew Marr Show, da BBC, que o Reino Unido estava montando um plano de contingenciamento para se preparar para uma possível saída da Grécia do euro.

"Essa tensão entre a Grécia e a zona do euro está aumentando, a cada dia, os riscos para a economia britânica", afirmou o ministro das Finanças.

Uma saída da Grécia da moeda única criaria instabilidade nos mercados financeiros da Europa e causaria "problemas reais" para o Reino Unido, acrescentou Osborne.

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O novo premiê grego, Alexis Tsipras, quer implementar um plano financeiro de curto prazo que permita ao país pagar o que deve enquanto renegocia os cortes de gastos e as condições do plano de resgate. Os termos do atual pacote vencem no próximo dia 28 de fevereiro.

Tsipras também afirmou neste domingo que fará seu primeiro grande discurso no Parlamento desde que foi empossado como novo primeiro-ministro da Grécia.

Segundo informações de bastidores, além de falar sobre o progresso do país nas negociações com ministros europeus, Tsipras deve reforçar sua promessa de aumentar o salário mínimo e fornecer energia elétrica gratuita para os gregos mais pobres.

O premiê grego deve se encontrar com líderes europeus em uma cúpula em Bruxelas, na Bélgica, na próxima quinta-feira.

Um dia antes, na quarta-feira, o ministro das Finanças do país, Yanis Varoufakis, deve se reunir com outros ministros das Finanças da zona do euro para tentar encontrar uma solução para a crise.

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