"Qualquer onda do funcionalismo para pedir aumento de salário agora, mais privilégios, seria uma demonstração colossal de insensatez", afirmou ao Estado o ministro da Economia, Paulo Guedes. "Com 40 milhões de brasileiros sem carteira assinada, acredito que, se isso ocorrer, poderá levar a opinião pública a exigir medidas muito mais duras do que as que nós vamos propor para os funcionários atuais na reforma administrativa. Estamos poupando o funcionalismo na questão da estabilidade e não estamos falando nada de salários atuais."
Segundo Guedes, nos últimos 15 anos, o funcionalismo federal teve mais de 50% de aumento real (acima da inflação) nos salários, enquanto o Brasil mergulhou no desemprego em massa.
Em resposta a uma pergunta sobre um possível amolecimento de Bolsonaro com a pressão dos servidores, Guedes disse acreditar que "ele sabe a diferença entre um presidente forte e popular, como (o ex-presidente americano ) Ronald Reagan e a ex-primeira ministra (britânica) Margaret Thatcher, e um populista e fraco, como (o ex-presidente) João Goulart".
Em referência à iniciativa do governo do Distrito Federal de pedir recursos da União para pagar aumento dos funcionários locais, o ministro afirmou que "está havendo um mal-entendido, levando à percepção de que estamos querendo dar aumento de salário". De acordo com ele, "em nenhum momento" Bolsonaro quis dar um sinal verde para a deflagração de uma onda de reivindicações salariais dos servidores federais.
"O dinheiro que eles estão pedindo é do próprio Distrito Federal, de um fundo deles administrado pela União. Não é do governo federal", disse. "Eles é que querem dar aumento ao funcionalismo, com dinheiro deles mesmos, não nós."