O ministro da Economia, Paulo Guedes, subiu o tom nesta segunda-feira ao rechaçar avaliações negativas sobre as perspectivas para a economia brasileira, afirmando que economistas e membros da mídia "negacionistas" estão ignorando os sinais de avanços e criando crises artificiais.
Ele destacou que dados como o de consumo de energia e de combustível sinalizam o vigor da atividade e que os fundamentos estão melhorando, inclusive do lado fiscal, em que apontou queda de despesas e a "explosão" da arrecadação, incluindo o número de julho que será divulgado nesta semana.
"É importante não nos deixarmos abater pelos pessimistas, não deixarmos nos abater pelos que estão politizando. Primeiro subiram em cadáveres para fazer política, agora que a vacinação em massa está avançando estão criando crises também, uma atrás da outra, só enfatizam o que está dando errado", disse durante evento virtual da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
"Ora, não podemos ser negacionistas em matéria econômica. Se o Brasil está crescendo 5,5%, se os investimentos estão aumentando, alguma coisa certa deve estar acontecendo também."
Guedes disse que, depois de errarem ao prever que a economia cairia perto de 10% em 2020 e ao duvidarem da recuperação em V, os críticos também falharão ao estimar que a economia não crescerá no ano que vem.
"O Brasil vai mais uma vez desmentir as previsões dos pessimistas", disse, destacando que o país poderá crescer em 2022 em patamar semelhante ao deste ano.
Ele negou, ainda, que a inflação esteja descontrolada e ressaltou que os preços estão subindo no mundo todo. "A inflação americana vai ser 7% este ano. Então a nossa ser 7% ou 8% também, estamos dentro do jogo", disse, acrescentando que o Banco Central agirá para lidar com essa questão.
Guedes disse que atores políticos de todos os Poderes que tenham cometido excessos devem reavaliar suas posições e que o momento é de o país se unir em torno de uma agenda positiva centrada em reformas e vacinação.
"Se um juiz está cometendo excesso é melhor reavaliar. Se o próprio presidente, nessa ânsia também, nessa caçada que ele tem sofrido, tiver cometido algum excesso, é um homem democrata", afirmou.
O ministro elogiou, ainda, a atuação pró-reforma do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), mas questionou a posição do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que, segundo Guedes, se voltou à agenda política da CPI da Covid-19 em detrimento das reformas.
"Estão até lançando já o presidente do Senado como candidato (presidencial)", disse Guedes, acrescentando que considera o movimento "um pouco ante da hora".
"Se começarmos agora a aprovar Bolsa Família fora do teto, precatório fora do teto, vamos começar a aprovar um monte de coisa desse tipo, eu não sei o que vai acontecer, acho que o candidato já começaria com o pé trocado", disse, ressaltando que os candidatos à Presidência precisam ser comprometidos com as reformas.