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Guedes diz que cometerá crime pagando R$ 90 bi de precatório

Durante audiência pública na Câmara, o ministro da Economia citou que crime de responsabilidade fiscal "já deu em impeachment"

12 ago 2021 - 12h07
(atualizado às 12h18)
Ministro da Economia, Paulo Guedes, fala em entrevista coletiva de imprensa 
REUTERS/Adriano Machado
Ministro da Economia, Paulo Guedes, fala em entrevista coletiva de imprensa REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que não tem como pagar os quase R$ 90 bilhões previstos em precatórios (valores devidos após sentença definitiva) em 2022 porque explodiria a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e cometeria, então, um crime de responsabilidade. "Quando o Supremo Tribunal Federal me manda conta de decisões judiciais, não posso entrar no mérito. Mas não posso furar teto e quebrar a LRF", disse.

"Não tenho como pagar os R$ 90 bilhões de precatórios, senão estouro todas as leis. Cometeríamos crime de responsabilidade fiscal, que já deu impeachment", afirmou, mencionando o afastamento de Dilma Rousseff, embora sem citá-la.

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O ministro vem dizendo que há um "meteoro" de precatórios no ano que vem. Nesta semana, o governo apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe parcelar parte dos pagamentos e criar um fundo que poderia ser usado com recursos de dividendos de estatais ou de recursos do pré-sal, por exemplo, para quitar essas dívidas.

Guedes citou os precatórios em meio à sua argumentação sobre a falta de recursos para cumprir a Lei 14.172/21, que garante o acesso à internet, com fins educacionais, a alunos e a professores da educação básica pública. A declaração foi dada em audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre a lei.

O veto do presidente Jair Bolsonaro à lei foi derrubado pelo Congresso Nacional e o governo recorreu ao Supremo argumentando que a norma atrapalharia o cumprimento das regras fiscais. Conforme foi aprovada pelos parlamentares, a lei prevê um repasse de R$ 3,5 bilhões da União para os governos estaduais e prefeituras, com recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e o saldo correspondente às metas não cumpridas dos planos gerais de universalização do serviço de telefonia fixa.

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