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Só há combustível para ônibus até terça, diz Covas

Prefeito de São Paulo afirma que serviços essenciais estão sendo mantidos de forma ao menos 'mínima'

28 mai 2018 - 13h35
(atualizado às 13h36)
Ônibus em terminal Parque Dom Pedro II em São Paulo
Ônibus em terminal Parque Dom Pedro II em São Paulo
Foto: Reuters

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), declarou que há apenas combustível suficiente para garantir a circulação de ônibus na cidade até a terça-feira, com frota de 60% do previsto para o horário no entrepico e de 68 a 70% do normal nos períodos de maior demanda.  A Secretaria Municipal da Fazenda calcula uma perda de R$ 100 a R$ 150 milhões em arrecadação, sem contar o "prejuízo à economia" da cidade. 

"São serviços que não foram prestados nessa semana e que certamente não serão prestados." A coletiva seletiva segue suspensa desde domingo.

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Segundo ele, a situação é "grave" e "difícil", mas "ainda controlada" e que todos os serviços essenciais estão mantidos de forma ao menos "mínima". Covas afirmou que os serviços estão sendo monitorados continuamente e que se mantêm nos próximos dias, exceto o transporte e a merenda escolar, que está com dificuldade para ser mantida devido à falta de insumos e gás de cozinha e estão garantidos apenas até terça-feira. "Queria poder garantir até semana que vem", declarou.

Ele disse ainda que havendo necessidade de racionamento da merenda, será priorizada a educação infantil em detrimento do ensino fundamental e do ensino médio. "No dia de hoje a gente tem suficiente para a nossa rede completa." Ao todo, um milhão de crianças e adolescentes estão matrículas na rede municipal de ensino.

Ônibus

 Às 10 horas, a São Paulo Transporte (SPTrans) divulgou que 59% da frota de ônibus prevista para o horário estava em funcionamento na cidade. No domingo, Covas havia afirmado que as operações nesta segunda ocorreriam com de 60 a 80% do total de viagens habituais para o horário. Agora, a nova margem de operação é de 60% no entrepico e de 68 a 70% nos horários de maior demanda. "A gente hoje não tem nenhum estoque para operar na quarta-feira."

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Saúde

Na noite de domingo, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) divulgou o adiamento das cirurgias eletivas marcadas para esta segunda-feira nos hospitais municipais de São Paulo. Também foi suspensa a remoção de pacientes para exames eletivos e os exames de rotina nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). "Para que a gente possa utilizar com racionalidade insumos e roupas que são utilizadas nessas cirurgias, para garantir que a gente não tenha nenhum problema com as cirurgias de emergência." 

Cerca de 100 cirurgias eletivas são realizadas em 35 hospitais municipais e conveniados diariamente. Segundo o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, os procedimentos adiados serão remarcados "rapidamente" e que o principal impacto é na obtenção de oxigênio de lavandeira (de roupa esterilizada fora do hospital) e de alguns medicamentos específicos para cirurgia. "A gente vai abrir horários extras para que eles possam ser operados assim que se normalizar."Ainda não há definição para a terça-feira.

Carros da empresa de logística que fornece remédios foram autorizados nos três postos vinculados ao município. Ele garantiu que nenhuma unidade deve estar fechada nesta segunda-feira. Uma reunião do comitê de crise deve ocorrer até as 18 horas desta segunda-feira.

Ele ainda afirmou que a Prefeitura está monitorando a situação de serviços essenciais realizados pela iniciativa privada, como em hospitais particulares e o fornecimento de remédios, e também liberou o acesso aos postos de combustíveis de uso exclusivo da Prefeitura para carros da Comgás e da Eletropaulo, que tinham combustível suficiente apenas para rodar nesta segunda-feira. "O Comitê de Crise está agora ampliando o seu leque de preocupação para além dos serviços essenciais que são prestados pela Prefeitura de São Paulo."

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Desde sexta-feira, 25, o transporte de combustível obtido pela Prefeitura ocorre com apoio de escolta da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana. Além disso, o Município firmou acordos com três postos de combustíveis, que atendem exclusivamente veículos de serviços considerados essenciais. Segundo Covas, a Prefeitura negocia ampliar o número para 16, para dar mais "capilaridade" para evitar grandes deslocamento da rede para abastecer. "A cada dia a gente vai ganhando mais 24 horas", disse sobre as operações.

Rodízio.O rodízio municipal de veículos segue suspenso por tempo indeterminado. Além disso, um decreto publicado em edição extraordinária do Diário Oficial Cidade de São Paulo desta segunda-feira libera o tráfego irrestrito de caminhões em todas as zonas da cidade e horários até domingo, 3. 

Educação

Além disso, foi verificado um grande número de absenteísmo entre professores e alunos da rede municipal de ensino e estão sendo verificadas possíveis faltas na área de saúde. Até o momento, não há definição se as faltas serão abonadas, o que deve ser devido após  a crise."A gente não tem um número, mas tem percebido uma grande falta, em especial de professores e alunos na rede municipal de ensino."

O prefeito afirmou ainda se considerada decretar feriado municipal ou ponto facultativo, mas que a medida será tomada apenas em uma situação extrema, devido ao "o impacto" que teria na arrecadação e na atividade econômica da cidade, inclusive para a Bolsa de Valores. "Não é ainda o momento" disse.

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"Os serviços essenciais, ainda que de forma mínima, estão garantidos na cidade de São Paulo por todos os esforços que a gente tem feito, a gente tem o mínimo de serviço essencial: coleta de lixo está garantida, os ônibus estão circulando, mesmo que com restrição, a merenda nas escolas, o SAMU, a CET, a GCM, enfim, os serviços estão garantidos. E a ordem está garantida na cidade de São Paulo."

"Estamos a todo o momento monitorando a situação. Até às 6 horas da tarde outros encontros do comitê de crise devem acontecer para que a gente possa, se for o caso, tomar medidas que, nesse momento, ainda não são necessárias." 

Apelo

Covas ainda fez um apelo aos caminhoneiros. Segundo ele, a reivindicação é legítima, mas que a cidade está enfrentando um problema grave de abastecimento. "Falando em nome da população da cidade de São Paulo fazer um apelo a todo movimento grevista. Acho que nesse momento São Paulo e o Brasil já perceberam a importância que os caminhoneiros têm na questão de abastecimento, o quanto que é essencial o trabalho deles, o quanto que são necessárias as reivindicações que eles apresentaram. Mas nós temos um problema grave aqui na cidade de abastecimento. Eu quero fazer um apelo para que eles possam voltar a trabalhar."

O prefeito ainda ressaltou que está aberto ao diálogo com os manifestantes. "Havendo qualquer necessidade a gente pode sentar para conversar, não há nenhum problema", afirmou. "A gente espera agora o bom senso do movimento."

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"Acho que chegou o momento de a gente pensar no cidadão comum, que precisa trabalhar, que sai com o filho na escola  municipal, que depende do posto de saúde para ter acesso às saúde, que depende de serviços públicos para poder sobreviver. O cidadão está com a vida cada vez mais comprometida."

Segundo Covas, a adesão de motoristas do transporte escolar municipal é "mínima" dentre os 70 mil alunos atendidos. "Ela afeta, mas afeta um número muito pequeno de alunos que utilizam as vans."

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