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Haddad diz que PIB 'veio forte' e mantém previsão de crescimento de 2,5% no ano

Segundo ministro da Fazenda, investimentos começaram a reagir; ele afirmou que o governo deseja manter a inflação baixa e que as metas continuem sendo perseguidas pelo Banco Central

4 jun 2024 - 17h17
(atualizado às 17h19)
Segundo Haddad, inflação vem se mantendo abaixo de 4% consistentemente, desde que os juros começaram a cair
Segundo Haddad, inflação vem se mantendo abaixo de 4% consistentemente, desde que os juros começaram a cair
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão

ROMA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 4, que a pasta continua com a previsão de crescimento em torno de 2,5% da atividade econômica neste ano, após a divulgação de que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,8% no primeiro trimestre.

Em entrevista à imprensa durante sua visita a Roma, Haddad lembrou que a previsão inicial, de crescimento de 2,2%, foi sendo elevada gradualmente. Além disso, destacou a melhora das projeções do mercado ao PIB deste ano.

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A avaliação do ministro é a de que o PIB do primeiro trimestre veio "forte", em linha com a previsão da Secretaria de Política Econômica (SPE) aos três primeiros meses de 2024. "Continuamos mantendo a projeção de crescimento para o ano na casa de 2,5%. Aliás, a maioria das casas está revendo o PIB brasileiro para cima", afirmou.

As declarações foram dadas ao lado do ministro de Finanças da Espanha, Carlos Cuerpo, com quem Haddad teve uma reunião bilateral na embaixada do Brasil em Roma.

Ele avaliou que os investimentos começaram a reagir. "A possibilidade (de crescimento mais forte) existe, sobretudo se investimentos crescerem, como ficou claro hoje no PIB", declarou.

Sobre o eventual impacto do crescimento mais forte do que o inicialmente previsto nas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), Haddad disse que, desde o ano passado, a inflação cai mesmo com o País em crescimento. "Estamos gerando empregos e estamos com o olho na inflação", acrescentou.

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Segundo ele, os impactos na atividade econômica do País causados pela tragédia climática no Rio Grande do Sul ainda estão sendo avaliados. "Ainda temos uma pequena incerteza, que é o impacto do ocorrido no Rio Grande do Sul sobre o crescimento econômico e as contas nacionais. Temos ainda uma avaliação a ser feita, que está em curso, com o fechamento do mês de maio", afirmou. "Vamos divulgar ao longo do mês (o impacto) para tentar isolar o problema e saber quanto que vai impactar", acrescentou.

O ministro lembrou que o Rio Grande do Sul representa 7% da economia nacional. "É relevante para o Brasil."

Metas de inflação

O ministro disse que o governo deseja manter a inflação baixa e que as metas continuem sendo perseguidas pelo Banco Central (BC). "O Banco Central tem meta de inflação, não tem outra meta", frisou o ministro. "Essa é minha crença, de que os diretores (do BC) vão se guiar por essa missão institucional do Banco Central", declarou.

Após lembrar que o ciclo de cortes de juros começou em agosto, Haddad citou as discussões técnicas que acontecem atualmente no BC sobre qual será a taxa terminal, ou seja, em qual ponto a autoridade monetária deve parar de reduzir a Selic.

O ministro ressaltou que "a realidade dos fatos" é que a inflação vem se comportando bem, mantendo-se abaixo de 4% consistentemente, desde que os juros começaram a cair. Ele considerou que as preocupações com as expectativas de preços nos próximos anos são discretas e bastante superáveis.

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Também avaliou que a deterioração das expectativas está relacionada às incertezas sobre o início dos cortes de juros nos Estados Unidos e na Europa. Haddad pontuou, porém, que na Europa os cortes devem começar antes, citando expectativas no mercado de até quatro rodadas de redução dos juros, de 0,25 ponto porcentual cada, ainda neste ano na zona do euro.

Em relação às decisões do Federal Reserve, o ministro avaliou que houve muitos equívocos de comunicação e de percepção nos últimos meses, após lembrar que o mercado iniciou o ano prevendo o primeiro corte de juros nos Estados Unidos em junho, ou mesmo março.

"Tenho muita confiança técnica no Banco Central. Temos pessoas qualificadas que vão tomar a melhor decisão levando em conta todos esses fatores", assinalou Haddad ao abordar as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

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