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Haddad diz que se reunirá com Lula nesta quinta-feira para tratar do pacote de corte de gastos

Anúncio, esperado há semanas pelo mercado, pode, porém, ficar para a semana que vem

20 nov 2024 - 16h08
(atualizado às 19h18)

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que se reunirá nesta quinta-feira, 21, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar do pacote de corte de gastos. O anúncio das medidas para conter as despesas e dar uma sobrevida ao arcabouço fiscal é esperado há semanas pelo mercado financeiro. O ajuste fiscal é visto como essencial por agentes econômicos para o governo passar uma imagem de compromisso com as contas públicas.

"Tenho reunião amanhã com o presidente", respondeu Haddad, ao ser questionado na sede do ministério sobre o pacote. O ministro estava a caminho do Palácio do Itamaraty, onde participará, juntamente com Lula e outros integrantes do governo, de um jantar com o presidente da China, Xi Jinping, que está em Brasília.

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A reportagem apurou que um dos ministros que mais demonstraram resistência em relação ao pacote fiscal nas últimas semanas foi o chefe do Desenvolvimento Social, Wellington Dias. O ministro, porém, nega em público qualquer preocupação sobre o tema.

Integrantes do Palácio do Planalto e de alguns órgãos da Esplanada acreditam que o pacote pode até sair nesta semana, mas reiteram que depende "do tempo do presidente". Lula é conhecido por ficar ruminando decisões importantes do governo. Um dos exemplos é a troca de ministros: o petista costuma demorar semanas e até meses para oficializar os nomes.

Militares

Nesta terça-feira, 19, a área técnica do Ministério da Defesa fechou acordo com a equipe econômica para cortar gastos na previdência dos militares. Entre as quatro medidas acertadas está a criação da idade mínima de 55 anos para reserva remunerada, com período de transição. Hoje, o critério para aposentadoria é pelo tempo de serviço - ao menos 35 anos.

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O acordo, conforme o Estadão publicou, foi fechado no mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou a Operação Contragolpe, com a prisão de oficiais de alta patente suspeitos de planejar um golpe de Estado no País e os assassinatos do presidente Lula do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além da idade mínima, está previsto o fim da morte ficta, a chamada "morte fictícia" - quando militares expulsos das Forças por crimes ou mau comportamento garantem, às suas famílias, o direito a receber pensão.

A terceira medida é proibir a transferência das pensões de cônjuge e filhos para outros dependentes, como pais e irmãos. A quarta e última decisão na área militar é fixar em 3,5% da remuneração a contribuição do militar das Forças Armadas para o Fundo de Saúde até janeiro de 2026.

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