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Haddad: Investidores estrangeiros querem saber quando retomaremos o selo de bom pagador

Após reuniões com investidores, ministro afirmou que todos questionam quando o Brasil vai retomar o grau de investimento, perdido em 2015

23 set 2024 - 19h13
(atualizado às 19h42)

NOVA YORK - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os investidores estrangeiros cobram do Brasil a retomada do grau de investimento, perdido em 2015. Para ele, o País deve avançar mais um degrau em uma ou duas agências no próximo ano, ficando mais próximo de recuperar o selo.

"Eles perguntaram do grau de investimento", disse ele, a jornalistas, ao deixar uma mesa redonda com investidores estrangeiros e executivos, nesta segunda-feira, 23.

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Estavam presentes representantes de gestoras Claure Group, General Atlantic, LAIG Investments, Hall Capital Partners, Macquarie Asset Management, Valor Capital Group, Citigroup, entre outras. E também de empresas como Exxon Mobil, Google, Amazon, JBS, além de fundos da Arábia Saudita e do Japão.

Pela manhã, o ministro se reuniu com as agências S&P e Moody's. Amanhã, será a vez da Fitch. Os encontros foram solicitados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, interessado no cronograma para o País reaver o selo de bom pagador. "É desafiador. Mas nós vamos trabalhar", disse o ministro da Fazenda, mais cedo, sobre a possibilidade de o País recuperar o grau de investimento ainda no governo Lula.

De acordo com Haddad, outro ponto muito comentado pelos investidores estrangeiros esteve relacionado à importância da diversificação geográfica em meio ao contexto geopolítico atual.

"A geopolítica está complexa. O que mais se falou aqui foi de diversificação geográfica", disse. Segundo ele, um investidor citou o Brasil como uma das "melhores cestas" para se investir neste momento.

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A conversa foi organizada pelo Instituto Milken, um think tank sem fins lucrativos e apartidário.

Investimento verde é um processo, a geopolítica está complexa

Ao deixar a mesa redonda com investidores estrangeiros e empresários, Haddad afirmou também que o investimento verde está no começo, mas é um processo. "O Brasil está muito na fronteira desse assunto."

Segundo ele, todo mundo está olhando para a agenda sustentável e ambiental por diversas razões, sendo uma delas a "complexa geopolítica" no mundo.

Na conversa com investidores, Haddad apresentou um balanço do plano de transformação ecológica do Brasil. O ministro citou uma série de ações em andamento e também futuras como, por exemplo, a regulamentação do mercado de crédito de carbono, o EcoInvest, um programa de hedge cambial para projetos sustentáveis de longo prazo, que deve ser concluído até o fim de outubro e eólicas no mar, cujo potencial é destravar ao menos R$ 20 bilhões apenas com investimentos em desenvolvimento de projetos.

Dentre as principais dúvidas da agenda ambiental, o ministro comentou que as queimadas não foram mencionadas, mas que os investidores estavam interessados em saber sobre o processo de recuperação do Rio Grande do Sul, devastado por enchentes neste ano. Perguntaram ainda o quanto do plano de transformação ecológica do Brasil envolve Parcerias Público-Privadas (PPPs).

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"As PPPs estão em praticamente todos os projetos. Não há investimentos públicos puros nesse plano", disse Haddad.

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