Você deve ter lido recentemente alguma reportagem dizendo que o home office não deu certo. Que é produtividade caiu, que as empresas não estão satisfeitas, que passou da hora de todo mundo voltar pra firma. Mas será que é assim mesmo?
Para o mercado imobiliário de fato está ruim. Por trás de todo esse discurso de que o home office fracassou existe um interesse bem claro. Uma nova pesquisa da consultoria Newmark calcula que 24,75% dos escritórios em São Paulo estão vagos agora em julho de 2023. E não há no momento tendência de aumento de preço no aluguel para empresas.
Isso quer dizer que não há essa demanda toda das empresas por espaços comerciais. Ao mesmo tempo muitos prédios continuam sendo construídos. Afinal, é a maneira das incorporadoras, construtoras e os bancos que as financiam continuarem faturando.
Só que isso é uma tendência internacional. Segundo a consultoria Mackinsey, citada em reportagem do jornal Valor Econômico, a presença nos escritórios caiu 30% entre 2019 e o final de 2022, em 24 grandes cidades dos Estados Unidos, Alemanha, Espanha, França, Reino Unido, China e Japão.
A consultoria projeta uma demanda 13% menor em 2030 do que antes da pandemia. Esse é o melhor cenário. O pior cenário seria uma queda na demanda de 38%, o que representaria um prejuízo de mais de dois trilhões de dólares para o setor imobiliário somente nesses países.
Neste vídeo comento a motivação real para tantos decretarem a falência do home office, e os números reais sobre o nosso mercado de trabalho: afinal, qual a posição do trabalhador brasileiro sobre o trabalho remoto?
(*) André Forastieri é jornalista, sócio da consultoria Compasso e fundador de Homework. Conheça melhor seu trabalho em andreforastieri.com.br.
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