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Horário de verão diminui valor da conta de luz? Especialista responde

O retorno da medida está sendo discutido pelo Ministério de Minas e Energia para mitigar os efeitos da crise climática

17 set 2024 - 05h01
(atualizado às 09h14)
Resumo
Ministro de Minas e Energia sugere retorno do horário de verão para economia de energia durante a crise climática e estiagem. Especialista aponta que medida afeta mais as redes de distribuição do que diretamente as residências.
A volta da bandeira tarifária verde gerou a queda expressiva na queda da conta de luz
A volta da bandeira tarifária verde gerou a queda expressiva na queda da conta de luz
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O horário de verão pode voltar a vigorar no Brasil, segundo recentes declarações do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A justificativa é de que a medida pode ajudar na economia de energia, em meio a uma grave crise climática. Nas últimas semanas, o Brasil tem sido tomado por uma forte estiagem e os reservatórios das hidrelétricas estão baixos. Mas, na ponta do lápis, o horário de verão impacta a conta de luz do consumidor?

Sim, mas nem tanto. Zebedeu Souza, diretor comercial e trading da Matrix Energia, considera que não é possível garantir que a adoção do horário de verão traga uma redução expressiva na conta de luz. A medida, na verdade, pode incentivar uma mudança de hábitos das famílias, que terão mais tempo de luz natural no início da noite e poderão reduzir o uso de lâmpadas.

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"A economia de energia gerada pela prática ocorre principalmente nos horários de pico do consumo (entre 18h e 21h), o que afeta mais as redes de distribuição e o sistema elétrico como um todo do que diretamente as residências", analisa Souza.

O especialista sintetiza que o horário de verão contribui para "uma gestão mais eficiente do sistema". Com isso, o horário de verão é capaz de mitigar a necessidade de aumentos das bandeiras tarifárias, impactando indiretamente a conta de luz do consumidor.

"Ao diminuir a demanda por energia no fim do dia, o sistema elétrico pode operar de forma mais equilibrada, evitando a necessidade de acionar usinas termelétricas", afirma.

Neste mês de setembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou a bandeira vermelha tipo 1, que gera um acréscimo de R$ 4,463 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, além das tarifas que já são computadas normalmente.

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Apesar desse alívio no sistema, Souza complementa que em uma estiagem severa, o horário de verão é uma medida limitada e insuficiente para resolver uma crise energética.

Quando e onde o horário de verão deve vigorar?

O Ministério de Minas e Energia ainda não anunciou uma decisão concreta sobre o retorno do horário de verão. Em nota, a pasta disse estar "avaliando as condições com muita responsabilidade".

Ainda não há indícios de que a medida seja implementada este ano nem quais seriam os estados onde seria implementada. Porém, o especialista Zebedeu Souza comenta que, historicamente, o horário de verão costuma ser adotado nas regiões Sul e Sudeste, porque a diferença nas horas de luz solar entre as estações é mais acentuada.

"Nessas regiões, a adoção do horário de verão tem maior potencial de economia de energia, já que os dias são mais longos durante o verão", lembra ele.

Fonte: Redação Terra
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