A era da Inteligência Artificial (IA) trouxe inovações incríveis, como ChatGPT e Google Bard, que estão transformando a forma como aprendemos e nos desenvolvemos. No entanto, essa revolução também nos trouxe um desafio significativo: o viés de disponibilidade. Neste artigo, exploraremos o viés de disponibilidade na era da IA e como ele impacta nossas decisões.
Viés de disponibilidade
O viés de disponibilidade é a tendência humana de tomar decisões com base em informações prontamente disponíveis, em vez de realizar uma análise mais profunda e crítica. É um atalho mental que economiza tempo, mas pode levar a decisões a um nível subótimo quando aplicado em excesso.
Viés de disponibilidade na era da IA
Com a crescente influência da IA em nossas vidas, o viés de disponibilidade pode ser amplificado de várias maneiras: A IA tornou o acesso à informação mais fácil do que nunca. Isso pode incentivar a confiança cega em suas recomendações, sem a devida verificação ou exploração de diferentes perspectivas.
Impacto nas práticas de aprendizado e desenvolvimento
O viés de disponibilidade pode ter implicações significativas nas decisões relacionadas ao aprendizado e desenvolvimento:
• Seleção de conteúdo de treinamento
Ao depender da IA para recomendar cursos e recursos de treinamento, existe o risco de limitar as opções com base no que é prontamente apresentado, impedindo a diversificação do aprendizado.
• Avaliação de competências
A IA pode oferecer avaliações de competências instantâneas. No entanto, decisões precipitadas com base nessas avaliações podem não refletir adequadamente as habilidades e o potencial dos indivíduos.
• Desenvolvimento de habilidades a longo prazo
Focar apenas em soluções prontamente disponíveis pode inibir o desenvolvimento de habilidades a longo prazo e a adaptação às mudanças no ambiente de trabalho.
Mitigando o viés de disponibilidade nas tomadas de decisão
Para mitigar o viés de disponibilidade na tomada de decisões em aprendizado e desenvolvimento, é essencial:
• Conscientização e educação
Capacitar os profissionais de aprendizado e desenvolvimento para entender os limites da IA e promover a análise crítica das recomendações.
• Diversificação de fontes de informação
Incentivar a exploração de diferentes fontes de aprendizado, além das sugestões da IA, para obter uma educação mais abrangente.
• IA como ferramenta, não como solução
Reconhecer que a IA é uma ferramenta valiosa, mas não uma resposta definitiva para todas as necessidades de aprendizado. Deve ser usada para apoiar e enriquecer as estratégias de desenvolvimento existentes.
A IA oferece oportunidades revolucionárias na aprendizagem e no desenvolvimento no humano, mas também traz novos desafios. Ao compreender e enfrentar esse viés, as organizações podem tomar decisões mais equitativas e assertivas.
A IA deve ser uma aliada, não uma substituição do julgamento humano, para promover o crescimento contínuo em um mundo impulsionado pela tecnologia.
(*) Danilo Parise é CEO e co-fundador da Ludos Pro, plataforma de gestão de aprendizagem gamificada.